Mudanças nos colegiados ocorrem após a Mesa Diretora aprovar medida que oficializou a dissolução do bloco formado por PMDB, PMB e PSD
( Foto: José Leomar )
A nova redefinição das comissões técnicas da Assembleia Legislativa, apresentada pela Mesa Diretora, leva em consideração o fim do bloco partidário até então formado por PMDB, PMB e PSD, bem como as expulsões dos deputados Osmar Baquit e Gony Arruda da legenda a qual estavam filiados. Com as novas composições, alguns parlamentares, hoje presidentes de colegiados, deverão perder o comando dos grupos na Casa.
Os blocos, ao longo do corrente ano, se alteraram de forma considerável. A bancada formada por PDT, PEN e PP, por exemplo, conta agora com as adesões de membros de DEM, PRB e PHS, totalizando 21 integrantes. Destes, pelo menos quatro têm direito a participar dos colegiados com nove membros; três, daqueles grupos com no máximo sete integrantes; e outros dois, das comissões que tenham total de cinco representantes.
O PMDB, que fazia parte de bloco formado por 11 deputados, tem apenas cinco integrantes na Assembleia. Como a Mesa Diretora acatou o pedido de retirada de PMB e PSD do bloco, o partido teve redução na sua participação, ficando com apenas um membro para comissões com nove, sete e cinco vagas.
Já as outras legendas que antes faziam parte do bloco também sofrerão redução na quantidade de participantes nos colegiados da Casa, visto que o PSD, por exemplo, de acordo com a redefinição feita pela Mesa Diretora, não faz mais parte da bancada. Além disso, perde dois de seus quadros - Osmar Baquit e Gony Arruda -, expulsos da sigla pela direção nacional.
Isolados
Com isso, o maior prejudicado pode ser o deputado Roberto Mesquita, que passa a ser o único representante da legenda na Assembleia. Além dele, também são líderes de si mesmos os deputados Heitor Férrer, pelo PSB; Renato Roseno, pelo PSOL; e Joaquim Noronha, do PRP. Mesquita, Heitor e Noronha podem perder comando dos colegiados que hoje presidem na Casa.
No caso dos partidos com apenas um representante na Assembleia, será feito um sorteio entre eles para que possam compor uma das comissões técnicas que possuam o total de nove membros. O bloco de oposição, formado por PR, PSDC, PSDB e SD, de acordo com os novos cálculos da Mesa Diretora, terá direito à participação de um representante em colegiado com nove membros, assim como um em colegiado com sete membros e outro em comissão de cinco membros.
O mesmo servirá para o PT, que terá um deputado para cada uma das comissões. Atualmente, a sigla, que tem quatro membros na Casa, preside as comissões de Agropecuária e Direitos Humanos, sendo Moisés Braz presidente da primeira e Rachel Marques, da segunda.
Já PCdoB e PMB, que têm dois deputados cada, terão direito a uma vaga apenas em comissões de nove e sete membros. Atualmente, Bethrose (PMB) é presidente da comissão de Infância, pelo antigo bloco formado com PMDB e PSD. Até o momento, o bloco extinto comanda cinco comissões técnicas no Legislativo Estadual, sendo duas para membros do PSD, uma para o PMB e duas para o PMDB.
Odilon Aguiar (PMB), que esteve na sede do Legislativo na manhã de ontem, afirmou que não vê problema nas mudanças ocorridas a partir da provocação de seu partido. Ele, possivelmente, será o líder da legenda, conforme já havia sido sinalizado pela presidência da sigla.
Líder peemedebista
No PMDB, a disputa pelo comando da bancada ficará em torno dos cinco representantes do partido. A deputada Silvana Oliveira, que até então liderava o bloco formado por PMDB/PMB/PSD, afirmou que, logo que seja apresentada a reorganização das comissões pela Mesa Diretora, convocará reunião do partido para escolha da nova liderança.
Como se especula no próprio partido, Agenor Neto pode ser escolhido o novo líder, visto que tem relação amigável com todos os parlamentares da agremiação. Silvana não teria os apoios de Danniel Oliveira e Leonardo Araújo. Audic Mota é outro membro do partido na Casa, mas faz parte da Mesa Diretora e não pode se candidatar à liderança.
Os mais afetados com essas mudanças podem ser os representantes de si mesmos na Assembleia, como Heitor Férrer, Joaquim Noronha e Roberto Mesquita, que podem perder a presidência de comissões. No entanto, no que diz respeito às escolhas das presidências dos colegiados, haverá diálogo e tentativa de consenso entre os envolvidos.