A troca de "lado" de deputados na Assembleia Legislativa, que antes faziam críticas ao governo de Camilo Santana (PT) e, agora, decidiram apoiá-lo, pode favorecê-los na hora de conquistar votos da base aliada - formada por 35 dos 46 parlamentares na Casa - para aprovar seus Projetos de Lei com mais rapidez. Prova disso é a proposta de regulamentação da vaquejada, apresentada pelo deputado Danniel Oliveira (PMDB), que em menos de uma semana começou a tramitar e foi aprovada na Casa. A sigla peemedebista, presidida pelo senador Eunício Oliveira, dá sinais de reconciliação com o Palácio da Abolição.
Levantamento feito pelo Diário do Nordeste no site da Assembleia mostra que, desde o início deste ano, quando a composição do Legislativo cearense mudou com a ida de membros da oposição para a situação, a quantidade de Projetos de Lei aprovados foi maior para os novos aliados do que para deputados contrários ao governador. O deputado Audic Mota (PMDB), por exemplo, teve quase metade dos seus projetos aprovados somente em 2017, justamente quando aderiu à base aliada. Foram sete aprovados neste ano, dentre 17 que Mota aprovou desde o início da atual legislatura.
Ele conseguiu emplacar mais iniciativas se comparado a parlamentares oposicionistas, como Aderlânia Noronha (SD), com cinco Projetos de Lei aprovados, Fernanda Pessoa (PR) que teve quatro, Carlos Matos (PSDB) com apenas um, e Heitor Ferrer (PSB), que também só teve um projeto aprovado em 2017.
Danniel Oliveira saiu ganhando na última quarta-feira (6), após ver o seu projeto de regulamentação da vaquejada no Ceará aprovado, com amplo apoio da base governista, ao qual foi anexado projeto do governador Camilo Santana sobre o mesmo assunto. Foi o sexto Projeto de Lei dele aprovado desde o início da atual legislatura, em 2015.