No correr dos 15 dias de prazo para apresentar defesa após ter sido intimada no processo de expulsão do PMDB, a deputada estadual Silvana Oliveira diz que vai "falar todos os dias" na Assembleia Legislativa sobre a ameaça de expulsão e afirma que pode até deixar o partido "com as próprias pernas, mas expulsa, não". Na última sexta-feira (18), em discurso de 30 minutos no Plenário 13 de Maio, ela alternou a voz entre serenidade, tom de revolta e até chorou. "Expulsar essa serva do Senhor dará trabalho", avisou.
O processo de expulsão de três peemedebistas tem relação com a extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Ela, Agenor Neto e Audic Mota votaram a favor da matéria e hoje fazem parte da base de apoio ao governador Camilo Santana (PT). A direção da sigla alega que os três desrespeitaram fechamento de questão contra a aprovação da proposta.
O discurso de Silvana foi acompanhado somente pelo deputado Ely Aguiar (PSDC), que na oportunidade conduzia os trabalhos. "A bancada jamais foi consultada sobre fechamento de questão alguma. Somos cinco parlamentares e cheguei, corajosamente, com a assinatura de três deputados, comunicando à executiva que nós desejávamos a liberação para votar de acordo com a consciência", contou. "Podem até expulsar, mas também sai desmoralizado porque sei ler, escrever, falar e me defender. Não vou gastar dinheiro com advogado", apontou.
Resistência
A deputada disse, ainda, que dará trabalho ao partido. "A Bíblia diz que você deve transformar o lugar onde está. Quando entrei no PMDB não tinha um presidente que persegue órfão, viúva e necessitados. Isso é coisa do demônio", gritou. "Querem me expulsar do PMDB, pois expulsem, primeiro, Michel Temer!".
Silvana sinalizou que, tão logo a legislação permita, poderá deixar a legenda. "O Estado do Ceará pode saber já, já que abriu uma janela e eu saí com minhas pernas, mas expulsa, não! Dou trabalho e vão ter que provar. Vou até aos últimos tribunais e exponho", anunciou.