O deputado estadual Osmar Baquit (PSD) afirmou ontem, em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa, que o Brasil vive um momento de "muita preocupação" e relatou que lhe chama atenção o Congresso Nacional e o presidente Michel Temer (PMDB) quererem aprovar a todo custo as reformas Trabalhista e Previdenciária. "A imprensa mostra o derrame de dinheiro com emendas, recursos e cargos para aprovar as reformas que não são boas para o povo, tirando direitos e conquistas dos trabalhadores do Brasil", afirmou.
Baquit disse ainda que, se na Reforma Política, alguns partidos não tivessem se levantado contra determinadas propostas, hoje os brasileiros estariam votando em lista fechada. "A lista tem parte boa e outra ruim. A ruim é que os caciques ou uma grande parte deles que se acham donos dos partidos políticos iriam colocar no primeiro, segundo e terceiro os nomes que eles bem queriam, e as pessoas que trabalham no dia a dia talvez fossem as últimas na relação".
Ele defendeu a tese do voto em sistema de "distritão". "Se nós somos 46 parlamentares, defendo que os 46 mais votados tenham assento nesta Casa. Não tem nada de atropelar a minoria, nada contra a democracia, pelo contrário. Por exemplo, na eleição de 2010 o deputado Renato Roseno tirou mais de 100 mil votos para deputado federal e não fez o quociente, ficou fora", lembrou. Naquele ano, Roseno somou 113.705 votos.
Mobilização
O parlamentar do PSD disse ainda ter a impressão de que, pelo clima no Congresso, talvez não aprovem mais nada. "Como achar que um agricultor do Nordeste, que vive as dificuldades da seca, no sol, pode ser comparando a um agricultor do Rio Grande do Sul ou Santana Catarina? É impossível aceitarmos isso. Temos que falar com nossos deputados federais", afirmou.
Outro que tratou da situação atual foi Carlos Felipe (PCdoB). Ele disse estar triste por presenciar mais uma prisão de uma pessoa próxima ao presidente da República. Ele se referia ao ex-ministro Geddel Vieira, homem de confiança de Michel Temer. "É um governo que cria na população brasileira sensação de iniquidade, de ilegitimidade, associado a um Congresso que, na sua maioria, apoia reformas. Algumas precisam ser feitas, é verdade, mas não com a ilegitimidade desse governo".