Dificuldade
Complicado botar os deputados para trabalhar nesse "recesso branco" da Assembleia. Ontem, por exemplo, só 16 no plenário. Na tribuna, normalmente disputada, só quatro oradores. E o grande expediente, que deveria ir até 14h, às 11h já tinha se encerrado. A Rádio e TV Assembleia, que transmitem as sessões ao vivo, tiveram que se valer de reprises...
Discursos
Entre os deputados que usaram a tribuna, ontem, Osmar Baquit (PSD) fez um balanço de sua passagem pela Secretaria da Pesca, enquanto Ely Aguiar (PSDC) justificava a desistência de disputar a Prefeitura em favor do apoio a Roberto Cláudio. Dos deputados candidatos, Heitor Férrer e Tim Gomes também usaram a tribuna. Tim, inclusive, presidiu a sessão.erceiro a pedir o registro da candidatura à Prefeitura de Fortaleza junto à Justiça Eleitoral, o deputado estadual Capitão Wagner (PR) tentou, na tarde de ontem, se distanciar do perfil de Moroni Torgan (DEM), deputado federal e vice na chapa do candidato à reeleição Roberto Cláudio (PDT).
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Wagner alegou que o discurso de Moroni é puramente “policialesco”, diferentemente do seu, que teria mais conteúdo a oferecer no debate eleitoral. Apesar de ambos explorarem a segurança pública como tema em disputas passadas, Wagner diz que há diferenças entre eles.
“Acho que o perfil do Moroni é um pouco diferente do meu no sentido de que a gente percebe nele um perfil policialesco exclusivamente no debate”, criticou
o candidato do PR.
Ele diz que os dois se afastam porque a campanha da oposição irá trabalhar propostas para combater a criminalidade com políticas de investimento na educação, na área social e na ocupação dos espaços públicos na capital cearense.
O deputado estadual acredita, ainda, na tese de que o nome de Moroni foi lançado a vice na chapa do prefeito Roberto Cláudio (PDT) como estratégia para lhe tirar votos do eleitor mais preocupado com a pauta da segurança. No entanto, ele coloca em dúvida o sucesso da aliança governista.
“O Moroni faz parte da gestão Roberto Cláudio desde o início dela. Se, nesses quatro anos, a cidade continua como a mais violenta, isso é sinal de que não houve sintonia entre a administração do prefeito e o apoio do Moroni”, atacou.
Vice-prefeito de Fortaleza e candidato à reeleição na chapa do PR, Gaudêncio Lucena (PMDB) considera “estranho” o acordo para que o deputado Moroni se lance candidato a vice-prefeito.
“Eu, particularmente, acho estranho você ser deputado federal e querer ser candidato a vice-prefeito. Já houve casos semelhantes no interior do Ceará em que deputado sequer assumiu um único dia, e por isso permaneceu como deputado federal. Não sei se (o acordo) é esse, se a população aceita esse tipo de negociação”, questionou o ex-aliado do prefeito Roberto Cláudio.
Além de Capitão Wagner, RC e Ronaldo Martins (PRB) já solicitaram o registro da candidatura junto à Justiça Eleitoral. Os candidatos têm até o dia 15 de agosto para fazer o pedido. Em sorteio, a zona 118 será a responsável por acompanhar a homologação do candidato do PR. Em Fortaleza, oito postulantes devem disputaras eleições.
O POVO tentou contato com a assessoria de Moroni Torgan, mas não houve retorno até o fechamento.
Saiba mais
Capitão Wagner (PR) solicitou o registro da candidatura com o apoio dos partidos PMDB, PSDB, SD, além do PR.
Apesar da pequena quantidade de partidos na aliança em relação ao prefeito Roberto Cláudio (PDT), a previsão é de que o tempo de televisão na campanha eleitoral do deputado Capitão Wagner (PR) seja maior que o do prefeito.
Isso ocorre porque as regras eleitorais somam apenas os seis maiores partidos da coligação para a distribuição do tempo de propaganda eleitoral.
Apesar dos 18 partidos de RC, a maioria é de siglas menos robustas que as de Wagner, que tem PMDB, PSDB e PR na aliança.
A expectativa é que o Tribunal Superior Eleitoral se pronuncie oficialmente sobre os tempos de televisão dos candidatos na próxima semana.