É enorme o simbolismo de Sobral para os irmãos Ferreira Gomes, sejam os ex-governadores, Ciro e Cid, seja o deputado estadual Ivo, exatamente o candidato que se lança à disputa pela prefeitura do município. Portanto, dizer que para este grupo a eleição é estratégica seria como chover no molhado, não representando uma novidade merecedora de maior destaque. A questão é que não convinha entregar ao governador Camilo Santana, exatamente, a missão de verbalizar o peso sobralense na estratégia eleitoral para 2016, já que sai de sua boca, imagina-se, a articulação desenhada a partir do interesse do Palácio da Abolição. Declarações assim, com potencial para criar problemas e insatisfações dentro de uma base de apoio que vive a exigir carinho e atenção permanentes, precisam partir do porta-voz correto e está claro que o indicado não seria Camilo. Por isso os opositores, naturalmente, correram para tirar proveito da situação criada, procurando ampliar desconfortos e criar um sentido que, claro, não tinha a ver com o objetivo original da frase. Perder em Sobral seria um desastre para o governo, mas não maior do que representaria uma derrota em Fortaleza, no caso da candidatura Roberto Cláudio, ou mesmo na pequena Barbalha, onde o governador começou sua trajetória e, certamente, veria sua gestão referenciada com a vitória de um aliado. O esforço de ontem para acalmar ânimos deixa claro que foi o primeiro acidente político de uma caminhada que se prevê tão dura quanto complicada. Ainda mais quando há descuidos no meio dela.