O deputado Renato Roseno (Psol) questionou o secretário quanto ao racionamento de água na Capital, noticiado pelos principais veículos da imprensa na manhã de hoje. Ele perguntou se haverá racionamento para “os grandes empreendimentos econômicos”, pois é contraditório, conforme observou, sacrificar quem tem menos responsabilidade - no caso, o consumo das famílias de baixa renda - em preferência aos setores que possuem muito poder econômico.

O deputado Renato Roseno informou que a Usina Termelétrica do Pecém consome 900 litros de água por segundo e que ela tem um desconto de 50% na tarifa de água bruta, autorizada por lei.

Ele lembrou projetos, emendas e pronunciamentos de sua autoria que questionaram a redução do ICMS para hidrelétricas e sugeriram novas formas de irrigação para economizar água.

O parlamentar cobrou ainda a apuração da qualidade das águas dos poços profundos escavados. “Uma menor quantidade de água exige melhor qualidade, e diversos poços profundos com água contaminada foram identificados na região do Apodi, com substâncias contidas em agrotóxicos liberados via aérea”, afirmou.

A deputada Laís Nunes (PMB) cobrou ao secretário informações sobre a questão da escavação de poços profundos na região do Vale do Salgado, assim como sobre a utilização da água do açude Orós. Ela explicou que a água do Orós é bombeada para o açude Lima-Campos, mas que á água não é priorizada para o consumo humano.

“Temos informações de que o açude é utilizado para criatório de camarões e irrigação do agronegócio, o que prejudica o consumo humano. Então, é necessário que haja investigação sobre a utilização dessa água”, defendeu, ressaltando que os habitantes da região estão preocupados com a falta de água e com a notícia de que a transposição do rio São Francisco não chegará ao Ceará este ano.

Já o deputado Audic Mota (PMDB) cobrou explicações sobre a construção de 300 cisternas no município de Tauá, na região dos Inhamuns. De acordo com ele, um convênio foi fechado com diversas famílias da região, que seriam pagas pelo trabalho na construção das cisternas. O pagamento da maioria não foi realizado, e, de acordo com o peemedebista, “os que receberam o pagamento foram pagos com uma cesta básica”.

Audic Mota pediu ainda informações sobre os critérios utilizados para a escolha da locação das barragens subterrâneas e para a destinação dos poços profundos.

Ele criticou também a distribuição de água no município de Tauá e as tarifas “abusivas” que são cobradas da população. De acordo com ele, há bairros de Tauá “completamente sem abastecimento, mas com a população recebendo tarifas que não conferem com o consumo”. “De fato, é uma situação que não pode continuar”, concluiu.

PE/CG