Nos últimos dias, o debate acerca da segurança pública tem se intensificado no Ceará, tendo em vista o aumento da violência, marcada, nos últimos dias, pela morte de policiais militares e uma chacina contra jovens da periferia de Fortaleza. A pedido do jornal O Estado, deputados federais analisaram a problemática. Em curto prazo, há quem aponte que a força repressiva minimizará os homicídios, como a presença da Força Nacional no Ceará. Já nos planos futuros, os políticos defendem maior investimento em educação e na recondução do valor de família.
Danilo Forte
“O combate à violência passa pelo combate à droga que se chama de crack, pelo sistema de educação, pela família, distribuição de renda, como também cumprimento das leis”, defende o deputado federal Chico Lopes (PCdoB).
De acordo com o parlamentar, a solução para segurança pública não virá a curto prazo. Segundo ele, o sistema prisional brasileiro precisa ter uma formação mais proativa. “Você vê essas chacinas como no Ceará e São Paulo, a gente não tem muita segurança de quem é quem, cada um quer colocar o seu serviço, e o Governo tem que ter força, no sentido de dar segurança ao cidadão e não a um grupo”, frisa.Com relação ao sistema de reabilitação para menores, Chico Lopes defende concurso para psicólogo, pedagogo, especialista que, segundo afirma, são capacitados para trabalhar a educação em seis campos mais amplos. “Na Câmara, algumas discussões levam para a redução da maioridade, mas nós temos que investir é em educação, nas famílias carentes, pobres, investir cada vez mais no lado social, leis que realmente venham para todos e não só para um segmento da sociedade”, pontua.
Por outro lado, pontua que a sociedade está com medo do sistema de segurança que nós temos e, junto a tudo isso, fica difícil o Governo levar uma política de pacificação da sociedade, tendo em vista a crise econômica.
VulnerabilidadePara o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB), a diminuição da violência não minimizará com alterações na legislação, nem na área repressiva da segurança, mas com a integração de ações nas políticas, que tem início dentro da escola, nas famílias, bem como na diminuição das vulnerabilidades existentes hoje.
“Essas vulnerabilidades, como também os valores éticos e morais foram agravados em virtude da corrupção instalam no País”. O parlamentar atribuiu o agravamento da crise na segurança pública, a partir do governo do Partido dos Trabalhadores. “Tudo ficou banalizado e generalizado”, criticou.Conforme o parlamentar, a situação da violência exige um aparato, uma análise profunda de sociólogos sobre a população, do que está se está vivendo no País, em virtude da generalização, certa leniência de muitos homens que apoiam esse status quo que o Brasil está vivendo.
FalênciaAtribuindo que a segurança local está “falida”, o deputado Danilo Forte (PSB) defendeu de imediato, para frear a onda de violência, o uso do poder repressivo, onde o Ceará deveria pedir apoio ao Governo Federal, através da Força Nacional, como foi requerido em outros estados. Conforme o parlamentar, é necessário investir em um “projeto futuro” que também passa pela melhoria na educação e na geração de oportunidades para a juventude. “Alguém está financiando essa violência, que é o tráfico de drogas. E o jovem vê isso como uma oportunidade para ganhar dinheiro”, pontua.
Secretário apresenta ações contra violênciaO secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Delci Teixeira, estará, amanhã, no plenário da Assembleia Legislativa do Ceará para responder aos questionamentos de deputados estaduais. A presença dele foi articulada pelo presidente da Casa, deputado José Albuquerque e dá continuidade ao ciclo de visitas de secretários estaduais.
Durante o encontro, o secretário vai falar sobre o sistema de segurança pública do Ceará, as ações do Governo do Estado para a redução da violência e sobre o sistema de segurança pública do Estado, além de responder a questionamentos dos parlamentares.Na última quarta-feira (11), a Casa recebeu, também no segundo expediente da sessão plenária, o secretário dos Recursos Hídricos (SRH).