Com a proximidade das eleições municipais, dirigentes cearenses têm procurado angariar apoio e militância
Em época de eleição, quanto mais apoio e militância, melhor. Por isso, os partidos se esforçam para garantir o maior número possível de filiados. E nessa busca por mais apoio, dois segmentos da sociedade tendem a ganhar uma atenção maior das legendas: os jovens e as mulheres.
Os jovens porque representam um número significativo da população brasileira e porque os partidos precisam renovar seus quadros, apresentar novos nomes nas eleições. Já as mulheres porque a Lei Eleitoral obriga que todo partido deva ter 30% de suas candidaturas para um gênero e 70% para o outro. Como as mulheres sempre participam em menor número nas eleições, as legendas buscam garantir 30% de candidaturas femininas.
De acordo com o deputado Danniel Oliveira (PMDB), presidente do PMDB Jovem no Estado, a atenção do seu partido para com jovens e mulheres não ocorre apenas em período eleitoral, mas todo ano. Segundo o parlamentar, a legenda promove cursos à distância que passam noções básicas sobre política.
Interessados
A intenção desses cursos, aponta, é formar novos quadros políticos para o partido. Os que participam, segundo o deputado Danniel Oliveira, aprendem sobre a história do PMDB, os direitos e deveres do cidadão e revisam a história do País.
Ele avalia que, no decorrer dos anos, o número de jovens interessados na política e que participam no partido vem aumentando, mas lamenta não poder dizer o mesmo do gênero feminino. "Ainda há o distanciamento das mulheres", analisa.
Para o parlamentar, isso ocorre devido as dificuldades enfrentadas pelas mulheres para participarem das eleições, visto que a política no Brasil, segundo considera, ainda é muito patriarcal, ou seja, um campo majoritariamente ocupado pelos homens.
O deputado José Sarto (PSB) concorda. Ele aponta que a questão cultural e o modelo político atuante são dois pontos que afastam as mulheres da política e observa que nas reuniões nas comunidades a presença feminina é esmagadora, muitas são líderes comunitárias, mas o mesmo cenário não é visto na política.
Conquistar
Isso porque, destaca, para ir para a política, tentar uma eleição, é preciso conquistar bases eleitorais e ter fontes de financiamento, o que considera ser algo difícil para as mulheres. "O fator econômico é determinante na participação das mulheres", considera, lembrando que apenas 20% das cadeiras da Assembleia Legislativa do Ceará foram conquistadas pelo gênero feminino.
No caso do PSB, em Fortaleza, Sarto informa que o partido vem trabalhando para garantir uma maior participação tanto das mulheres quanto dos jovens. Segundo o parlamentar, ainda este mês, o partido irá iniciar um movimento para chamar a atenção, principalmente, desses dois segmentos, para debater política, o "Atitude 40".
O deputado Antônio Carlos (PT), ressalta que no seu partido há uma campanha levada à sério: "Lugar de mulher é na política". Ele deixa claro que independente de eleição, o PT preza uma política voltada para vários segmentos. O petista salienta que a juventude deixou de ser um setor dentro do partido e agora passou a ser uma instância, com participação direta. Além disso, reforça, há uma determinação na legenda de que as direções executivas tenham 50% dos cargos ocupados por mulheres e 30% por jovens.
Já no PSDB, aponta o deputado Fernando Hugo, há um núcleo apenas de mulheres que promovem encontros para debater política. "O PSDB Mulher já tem efetuado encontros na Região Metropolitana e em cidades do Interior, chamando o gênero para participar da vida política, mostrando que esse movimento de cotas para mulher só vale com a lida política diária", defendeu.
Os jovens, conforme relata o tucano, também têm espaço garantido dentro da legenda.