O anúncio foi feito durante audiência pública que debateu os riscos sofridos pelos frentistas de postos de combustíveis. Requerida pelo próprio Sérgio Aguiar, o evento foi promovido pela Comissão de Saúde e Seguridade Social da AL.

“Abastecer o veículo além do limite automático expõe clientes e frentistas aos vapores da gasolina, entre eles o benzeno. A Organização Mundial de Saúde inclui o benzeno em sua lista de produtos cancerígenos. Trata-se de substância tóxica que pode causar problemas como anemias, leucopenia, que é a diminuição de glóbulos brancos, ou até quadros de câncer, como leucemias”, alertou o deputado.

Segundo Ardilis Arrais, presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis do Ceará (Sinpospetro), o trabalhador exposto ao benzeno pode sentir seus efeitos ao longo da vida. “Não envolve só a saúde do trabalhador, mas também a do consumidor que está exposto aos reagentes. Ao passar do limite automático, o motorista também põe em risco vários componentes do veículo. E a evaporação dos gases também prejudica o meio ambiente”, enfatizou.

Para conscientizar motoristas, o Sinpospetro lançou a campanha “Não Passe do Limite”, que alerta sobre os malefícios do benzeno e orienta condutores a não encher o tanque dos veículos por completo.

Representando a Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz), do Ministério do Trabalho, Alexandre Jacobina salientou que o benzeno é a sexta substância de maior toxidade do mundo. Hoje, o benzeno é permitido em apenas 1% na composição da gasolina, mas A CNPBz defende a máxima redução do produto. “O fato de estar em 1% ou abaixo disso não garante saúde. Sendo uma substancia carcinogênica, o benzeno não tem limite seguro”, assinalou Jacobina.

Assessor de Economia do Sindipostos, Antônio José Costa ressaltou que a entidade tem a mesma posição do Sinpospetro. “No entanto, não existe ainda nenhuma produção química no mundo que faça gasolina sem benzeno. Mas todo cuidado é pouco, porque estamos lidando com seres humanos”, afirmou.

O desembargador Francisco José Gomes, do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT), citou que o Brasil é o quarto país do mundo em números absolutos de acidentes de trabalho, perdendo apenas para a China, Índia e Indonésia. “Temos feito um trabalho diuturno com a classe trabalhadora e patronal no sentido de que se invista mais em prevenção e diminua o custo final da doença, da sequela e da morte”, pontuou.

Participaram ainda da audiência pública os deputados Carlos Felipe (PCdoB), presidente interino da Comissão de Saúde e Seguridade Social da AL, e Elmano de Freitas (PT); Érico Bittencourt, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Ceará (SRTE); Carlos Alberto Mendes Júnior, da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace); e Luiz Arraes, da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro).

LF/CG