Crateús Por transformar-se em bola, ser uma espécie 100% nacional e pelo iminente risco de extinção, o tatu-bola é alvo de uma campanha curiosa, de cunho ambientalista, lançada, nesta semana, pela Associação Caatinga, ONG que atua na conservação do bioma caatinga, com trabalhos e Reserva situada neste Município. A meta da campanha é: "O tatu-bola para mascote da Copa do Mundo de 2014". Ao tempo em que chama a atenção do País para as espécies em extinção, busca adeptos para a definição do tatu-bola para mascote do maior evento esportivo do planeta.
A campanha foi iniciada de forma virtual, no site da instituição e nas redes social, com expansão posterior para os demais meios de comunicação. Segundo a ONG, logo estará em todos os eventos e movimentos realizados pela Associação, inclusive na "Tenda Itinerante", que percorrerá vários locais do Estado e País, a partir de abril. Em pouco tempo, a ideia conseguiu muitos adeptos e defensores.
Pesquisadores, cientistas e ambientalistas se mostram favoráveis à proposta. A entidade busca inclusive a realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Ceará, para formalizar a campanha e mobilizar deputados acerca da defesa da mascote junto à Fifa.
"Estamos tendo muitos adeptos. Vai servir para sensibilizar a população brasileira para a preservação das espécies, pois muitas estão em extinção, como o tatu-bola, que é endêmico da caatinga, bioma exclusivamente brasileiro. O grande ganho é esse, levando a espécie como bandeira para chamar a atenção para a biodiversidade da caatinga", ressalta Ewerton Torres, gerente da Reserva Natural Serra das Almas, em Crateús.
A lista com o nome dos animais em extinção por todo o mundo não para de aumentar. Hoje, já são mais de 80 espécies ameaçadas, com riscos sérios de extinção. Exemplos de animais brasileiros em extinção são: a arara azul, o tatu-bola, bicho preguiça, tartaruga marinha, e também exemplos mais exóticos, como o cuxiú,o urso pardo, entre tantos outros.
O tatu-bola está ameaçado devido à degradação ambiental e à falta de fiscalização. O homem caça este animal pela carne, a carapaça ou por simples passatempo. E na caatinga, pesquisadores já identificaram inúmeras espécies, entre anfíbios, mamíferos e aves, ameaçados de desaparecer.
Na Serra das Almas, por exemplo, habitat da espécie por ser no bioma caatinga, Torres cita que há muito tempo não se tem registro do tatu-bola. "Ele vira bola para se proteger, mas mesmo assim é uma presa fácil para o homem, de captura rápida e simples. Aqui não temos registros da espécie há um bom tempo. Próximo, no Piauí, as pessoas dão notícias dele".
O tatu-bola é de cor amarronzada. São os únicos que podem transformar seu próprio corpo em bola e rolar através dela.
Mais informações:
Associação CaatingaRua Instituto Santa Inês, 658Telefone: (88) 3691.8671Crateús (CE)Site: www.acaatinga.org.br
SILVANIA CLAUDINOREPÓRTER