Na atual composição da Assembleia Legislativa, ao menos quatro deputados são líderes de si mesmos, já que seus partidos elegeram apenas um representante para a Casa. Por motivação política e ideológica, preferiram não se juntar em blocos. Segundo os parlamentares, ser o único membro de uma sigla no Legislativo tem a vantagem de se apresentar de forma independente, mas a dificuldade é conseguir aprovar propostas e se sair vitorioso diante de um embate no plenário.
O socialista Renato Roseno (PSOL) afirmou que tem se debruçado sobre muitas matérias para que possa apresentar melhores argumentos quando nas discussões. Destacou que até pode fazer uso da palavra nas comissões técnicas permanentes, mas não tem poder de voto.
Afinidade ideológica
Roseno afirmou que a formação de blocos diz respeito a uma afinidade ideológica. "Me parece que é uma condição do contexto político atual, que permitiu que apenas a frente de esquerda do PSOL tenha eleito um único parlamentar", diz, defendendo que sejam respeitados os princípios do partido.
Carlos Matos (PSDB), por sua vez, alega que o fato de ser líder de si mesmo só trouxe uma desvantagem, que foi não poder presidir uma das 18 comissões técnicas da Casa, pois, conforme o Regimento Interno da Assembleia, só as bancadas e partidos com mínimo de cinco parlamentares podem indicar presidentes para os colegiados. "Independentemente de ser o único representante do PSDB na Casa, a lógica aqui é que o Governo sufoca quem não é do Governo", disse.
Ely Aguiar (PSDC) participava de um bloco de partidos que possibilitou permanência na Mesa Diretora como vogal, mas deixou o bloco e agora faz parte do grupo de deputados sem bancada. Segundo ele, ficar só lhe possibilitou mais independência.
"Nas três últimas mensagens do Governo, elevando impostos, taxas e transferência de bens, eu votei contra. A vantagem é você não ser obrigado a votar como o Governo determina", destacou, ressaltando que a desvantagem é não ter a mesma atenção que um aliado do Governo recebe.