O candidato Eunício Oliveira votou ontem no clube do Náutico, sendo acompanhado por Tasso Jereissati, pela família e por aliados, como o vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena, e o deputado Danniel Oliveira
FOTOS: JOSÉ LEOMAR
O candidato do PMDB ao Governo do Estado, Eunício Oliveira, chegou ao clube no Náutico para votar ontem por volta de 13h, uma hora depois da previsão. O peemedebista chegou um pouco depois do tucano Tasso Jereissati, que acompanhou a votação do aliado. Gaudêncio Lucena, vice-prefeito de Fortaleza e coordenador da campanha, também estava na comitiva. Eunício fez um balanço positivo da campanha, mas se negou a falar em segundo turno, tanto no Estado como nacionalmente.
Logo pela manhã, o peemedebista acompanhou os filhos e a esposa, Mônica Oliveira, no local de votação, o Iate Clube. O sobrinho de Eunício e deputado estadual Danniel Oliveira também estava no grupo, além do deputado Idemar Citó e do suplente de Tasso Jereissati no Senado, Chiquinho Feitosa.
Dezenas de apoiadores assistiram ao ritual de votação do candidato do PMDB, inclusive aplaudindo algumas respostas de Eunício Oliveira durante as entrevistas coletivas que ele concedeu à imprensa. Alguns eleitores pararam para tirar fotos com o postulante, enquanto outros se incomodaram com o bloqueio da entrada por conta do aglomerado de pessoas.
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Enquanto esperava na fila para votar, Eunício Oliveira aproveitou a presença de jornalistas para fazer denúncias contra a coligação opositora, representada pelo petista Camilo Santana (PT), que tem o apoio do governador Cid Gomes. Sem citar nomes, o peemedebista insinuou que lideranças ligadas a Cid estavam comprando votos no Interior e afirmou estar com a residência grampeada.Questionado sobre o balanço da campanha eleitoral, Eunício agradeceu à recepção dos eleitores nos municípios cearenses. "Quero agradecer os relatos que fizeram para o Tasso e para o senador Eunício Oliveira. Fizemos um debate democrático e deixamos de lado todos aqueles que nos insultaram, que nos agrediram", declarou.
"Da nossa parte, não houve nenhum acirramento, continuamos com a mesma toada, da mesma forma, não fizemos nenhuma agressão a ninguém (...) Nós temos outro propósito, que é discutir as questões que importam verdadeiramente", completou Eunício, levantando aplausos dos aliados.
Ao Diário do Nordeste, o postulante do PMDB ratificou que votaria na presidente Dilma Rousseff e se mostrou incomodado com as indagações acerca da postura dele no segundo turno em âmbito nacional. "Claro (que voto na Dilma). Vocês acham que eu mudo de posição assim fácil? Só falo depois do resultado, estou pensando na minha eleição", desconversou.
Acirrada
Apesar de todas as pesquisas eleitorais que antecederam o pleito indicarem uma eleição acirrada, Eunício Oliveira e alguns apoiadores alegaram que só estavam trabalhando com a possibilidade de ganhar a votação logo no primeiro turno, o que acabou não se concretizando.
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O pleiteante do PMDB voltou a associar a trajetória dele à de Tasso Jereissati. "Tô aqui com o senador Tasso com muita tranquilidade pela forma que nos conduzimos na vida pública. E, quando estivemos na vida pública, fizemos o dever de casa, ao aplicar bem os recursos públicos, sem desvios de condutas e nenhum tipo de problema com a lei", ressaltou.Na reta final de campanha, Eunício e Tasso adotaram uma estratégia largamente utilizada em 2010, quando o ex-presidente Lula pediu votos para Eunício e José Pimentel para o Senado Federal contra Tasso com a expressão "quem vota em um vota no outro". Neste ano, a frase cedeu espaço ao termo "quem vota no Eunício vota no Tasso".
Perguntado sobre a estratégia para atrair votos de Tasso para Eunício, o coordenador de campanha, Gaudêncio Lucena, diz acreditar que a população quis se redimir da derrota imposta a Tasso em 2010. "O Tasso foi a pessoa que se dispôs a sair nessa empreitada junto com o Eunício. Como estávamos juntos e o Tasso estava numa situação melhor, o povo do Ceará está com um sentimento de querer se redimir de quatro anos atrás", opina.
Tasso reforça apoio a Aécio
O senador eleito Tasso Jereissati (PSDB) foi a grande atração da comitiva que acompanhou a votação de Eunício Oliveira no início da tarde de ontem. O tucano foi recepcionado com gritos de guerra tanto por apoiadores como por eleitores que o assediavam para tirar fotos. Durante as entrevistas que concedeu, ele garantiu que "entrará de cabeça" para eleger o correligionário Aécio Neves no segundo turno.
O tucano esteve o tempo inteiro acompanhado pela esposa, Renata Jereissati. Após prestigiar a votação de Eunício Oliveira, seguiu para o colégio Farias Brito, na avenida Dom Luís, em Fortaleza. Depois, deixou o local, sem a companhia de Eunício, e levou a mulher para votar.
Tasso defendeu a aprovação de uma reforma política no País para evitar situações como as que foram flagradas neste pleito, em que alguns prefeitos do Ceará apoiaram a candidatura do tucano ao Senado Federal, mas aderiram ao nome de Camilo Santana ao Governo do Estado, e não a Eunício Oliveira.
"Está uma confusão danada. Eu nunca vi coisa igual. É preciso uma reforma política, você tem de tudo. O prato que você quiser dá para encontrar. Pode encontrar Camilo e Tasso, pode encontrar Eunício e Mauro, Geovana e Aécio. Está uma salada muito grande", declarou.
Coligado a Eunício Oliveira, que declara abertamente voto na presidente Dilma Rousseff, Tasso Jereissati alega ser necessário retomar as posições ideológicas dos partidos políticos. "Tem que ter uma clareza maior e a visão de mundo de cada partido. A nossa visão, por exemplo, é completamente diferente do PT, é outra coisa. É impossível haver essas misturas que estão aí, é preciso haver uma clareza e a eficiência do voto do eleitor", apontou.
Presidencial
Diferentemente do aliado Eunício Oliveira, que não quis comentar como se posicionaria no segundo turno da eleição presidencial, Tasso deixou claro que fará campanha para Aécio e disse esperar que Eunício faça o mesmo. "Eu, com certeza, vou trabalhar para o Aécio muito firme e espero que ele (Eunício) também, porque o Aécio ajudou, apoiou ele aqui. Já a Dilma, não. Espero que ele agora vote no candidato que ele gosta", disse.
"Eu vou entrar de cabeça aqui com o Aécio de todo jeito. Zero neutralidade. Eu tenho lado. Quem me conhece sabe que eu sempre tive lado", completou o tucano ontem.
Na avaliação de Tasso, a eleição para presidente da República deste ano foi diferenciada das demais por conta da morte inesperada do presidenciável Eduardo Campos. "Houve um desarranjo total e as coisas estão voltando ao lugar. Se tivesse mais um tempo, as coisas voltariam ao lugar que deveriam estar. A emoção tomou conta de todos", opina o tucano.
Derrotado nas últimas eleições, Tasso Jereissati fez questão de agradecer aos eleitores pela receptividade nas urnas. "Quero agradecer ao carinho que nós fomos recebidos, o verdadeiro festival de calor humano. A única coisa que eu sei é que estaremos firmes apoiando o Aécio no segundo turno", disse, acrescentando que espera que o tucano ganhe tanto os votos de Marina Silva como uma porcentagem de Dilma Rousseff.
Lorena alvesRepórter