Para o deputado Roberto Mesquita, o diretor-geral do Dnocs está mais interessado em atender aos anseios do seu padrinho político
FOTO: JOSÉ LEOMAR
A inexistência de perfuratrizes para cavar poços levou o deputado a reclamar da omissão de dirigente do órgão
Usando o mesmo termo pronunciado pelo secretário de Educação de Fortaleza, Ivo Gomes, contra o vereador João Alfredo (PSOL) quando esteve prestando contas de sua gestão à Câmara Municipal, na terça-feira passada, o deputado Roberto Mesquita (PV), ontem, na Assembleia Legislativa, chamou o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Emerson Fernandes, de "pateta". De acordo com o parlamentar, por ser uma indicação política, Fernandes pouco tem se manifestado para cobrar mais atenção para com o órgão que dirige no Ceará.
Mesquita ressaltou matéria do Diário do Nordeste, veiculada na última segunda-feira, sobre o sucateamento do Departamento e o desinteresse do Ministério da Integração Nacional para com o Dnocs, que conforme foi mostrado na matéria, sequer conseguiu trazer 25 máquinas perfuratrizes para o Nordeste, como solicitado, ano passado.
Segundo o deputado, o Dnocs é um importante instrumento para a Região nordestina, pois passou a planejar as ações de convivência com a estiagem há mais de um século, através da construção do hidrelétricas, de açudes, de estradas e outros equipamentos que ajudam a população a enfrentar as agruras da seca.
Descompromisso
Ele lembrou que os açudes do órgão faziam uma inclusão social onde a água era levada para diversos municípios. "Passado mais de um século, hoje, a gente vê que há um descompromisso, inclusive por seus dirigentes.
Houve uma época em que os engenheiros do Dnocs eram pessoas que ensinavam nas universidades públicas e tinham orgulho disso. Hoje os diretores são nomeados por critérios políticos.
O deputado afirmou que a bancada federal do Ceará é "descomprometida" com a revitalização do Dnocs, e salientou que aquele órgão federal necessita renovar o orgulho de ter sido uma instituição importante para o Nordeste brasileiro. Roberto Mesquita chamou de "pateta" o atual dirigente da instituição que não fez manifestações com seus servidores quando não obteve êxito no pedido de máquinas perfuratrizes.
Não deveria haver vergonha da parte dos diretores do Dnocs em fazer manifestações para chamar atenção da sociedade, "visto que o diretor-geral é apenas uma nomeação política que defende apenas interesses de seus padrinhos. Que eles tenham na sua diretoria um técnico, um concursado que sua vida seja dedicada àquele órgão", enfatizou.
Segundo disse, o Ministério da Integração Nacional foi generoso quando permitiu recursos para a compra de cisternas de polietileno, mas não foi justo quando se tratou das perfuratrizes. "Como pode um Ministério ser tão generoso para compra de cisternas de polietileno que estão sendo armazenadas por aqui, soltando dinheiro para esse material, e o mesmo Ministério não ter a sensibilidade de aquisição de máquinas perfuratrizes?", questionou.
A transposição de águas do Rio São Francisco, o Eixão das Águas e o Cinturão das Águas foram apontados pelo parlamentar como obras que deveriam ter um apoio técnico do Dnocs. Segundo disse, o órgão foi deixado de lado ao longo dos anos e agora necessita de um olhar especial por parte das autoridades competentes.