Segundo o deputado Heitor Férrer, o Governo do Estado teve prejuízo com a compra da usina, segundo ele, apenas um monte de ferro velho não aproveitável
O deputado Heitor Férrer (PDT) voltou a criticar o Governo do Estado por este ter comprado a usina de etanol do Cariri, no Município de Barbalha. O parlamentar afirmou que o Governo, que gastou mais de R$ 15 milhões na compra do equipamento, não terá rentabilidade alguma com a sua aquisição.
Para o pedetista, o Governo comprou "um monte de ferro velho" da Usina Manoel Costa Filho com a promessa de que iria reativar o empreendimento, o que segundo disse, não foi feito. Na tribuna da Casa Legislativa ele fez a leitura de parte de matéria publicada no Diário do Nordeste, na semana passada, que mostra que o investimento feito pelo governador Cid Gomes não seria compensador.
No texto, a presidente da União da Indústria de cana-de-açúcar, Elizabeth Farina, afirma que não há rentabilidade que justifique a reativação ou a construção de novas usinas. Já Alexandre Figorino, diretor do Itaú, afirmou que não há retorno para esse tipo de investimento. "Quem fala são os especialistas e não eu, o deputado. Se fosse um bom negócio, empresários teriam feito a compra", lamentou o pedetista.
Ele informou ainda que vai solicitar do Poder Executivo, o nome dos interessados na reativação da usina. Em meados do ano passado, os deputados da Assembleia Legislativa, inclusive os de oposição presentes, com exceção de Férrer, autorizaram a compra do equipamento aprovando o projeto de lei encaminhada pelo Governo.
Aventura
Segundo disse, porém, quando os parlamentares votaram favoráveis na matéria, o fizeram porque achavam que isso beneficiaria ao Estado, o que, passado quase um ano não se concretizou. "Quando isso acontece, nós queremos é que dê certo, mas isso foi em 2013 e nada até agora", disse. O opositor chamou o Governo de "corretor, entrando em uma aventura descabida".
O pedetista disse ainda que é preciso que haja um contraponto, afirmando que adquirir a fábrica não é importante para o Estado, pois se trata apenas de "ruínas", visto que o Governo ainda irá procurar um comprador para o equipamento. "Governador, esse equipamento é de interesse privado e não público. A atividade econômica tem incumbência de ser do empresário. Convide empresários de outros estados para ver se eles têm interesse", desafiou.
O parlamentar chamou de "aventura com o dinheiro público" os gastos de até R$ 15 milhões para a aquisição da fábrica e disse está esperando uma resposta do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre questionamento feito dos atos do Governo para com a usina. Ely Aguiar (PSDC) lembrou que em 1990 a empresa tinha 1 600 funcionários e era tida como "a redenção do Cariri". "Quando essa mensagem veio para cá, eu questionei se o dinheiro não podia ser investido na compra de uma nova usina", disse.
O deputado Camilo Santana (PT) defendeu a compra do equipamento pelo Governo do Estado. Segundo ele, o negócio era defendida pela maioria da população daquela região, tanto que contou com o apoio de todos os parlamentares representantes do Cariri, na Assembleia, quando a matéria foi à votação.
Já o deputado Osmar Baquit (PSD) disse que a oposição sabe apenas reclamar da situação, e mesmo com a intervenção do Governo para melhorar a vida da população sempre haverá uma crítica feita pelos opositores. Ele chegou a perguntar ao deputado Heitor Férrer o que o Governo deveria fazer para contemplar os anseios do pedetista, em tom de ironia.
Heitor quer que a Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado diga o nome dos interessados na aquisição da usina.