Deputado Professor Pinheiro admite que a Assembleia tem papel fundamental para propor saídas para diminuir os índices de violência no Estado
FOTO: ALEX COSTA
Integrantes do grupo de apoio ao Governo se manifestam em defesa de ações mais efetivas sobre a insegurança
Os deputados da base aliada do governador Cid Gomes reconhecem as dificuldades para se combater o aumento da violência no Estado, mas ressaltaram que muitos investimentos foram feitos visando a diminuir o problema. Segundo eles, o consumo de drogas, em especial o crack, tem contribuído para os quadros atuais. O presidente do Legislativo Estadual, deputado José Albuquerque (PROS), por sua vez, anunciou a realização de um seminário para discutir o tema. O petista Professor Pinheiro ressaltou que existem planos de âmbito nacional para pensar na Segurança Pública, além de investimentos significativos na área. "Por que não conseguimos reduzir drasticamente os índices de violência no Estado?", questionou o parlamentar, ressaltando que a Assembleia Legislativa tem papel fundamental para propor saídas possíveis para diminuir os índices de violência.
"O Plano Estadual da Segurança Pública tem vários itens importante e boa parte deles foi aplicada no Estado do Ceará. A reforma das instituições de Segurança foi uma delas. Se observarmos, no Ceará criamos uma nova academia e a formação passou a ser conjunta entre Polícia Judiciária e Militar", ressaltou. Outra recomendação do Plano é a integração das policias Civil e Militar, o que também vem sendo pensado e executado no Estado, segundo disse.
Repensar
A gestão do conhecimento, que é a informatização e estudo de dados, necessita de mais aprofundamento na visão de Professor Pinheiro. Já a reorganização institucional, que visa repensar ou criar a Polícia Comunitária também foi idealizado no Plano Estadual de Segurança, que de acordo com o petista, foi implantado no Estado através do Ronda do Quarteirão. "O Ceará é um dos estados que apresentam mecanismos importantes na área de Polícia Comunitária, que denominados de Ronda do Quarteirão", disse ele.
Segundo o deputado, é importante pensar qual a contribuição que ouvidorias e corregedorias estão dando para a melhoria dos índices de violência no Estado. Na mobilidade, educação, agricultura algumas mudanças foram feitas, mas, por outro lado, as condições socioeconômicas do Estado melhoraram. "Nós observamos, no entanto, que a queda dos índices de criminalidade não correspondem a essa melhoria", disse, lembrando estudo do IPECE que procura relacionar a violência com pobreza.
"Se fizermos um mapa da cidade de Fortaleza há uma correspondência muito clara da violência com bairros mais pobres. As ações de Segurança não podem ficar apenas no âmbito da Segurança Pública. É necessário ações articuladas e programas na área juvenil, porque a imensa maioria dos crimes está situada nessas áreas de violência", disse.
Constituídas
O parlamentar lembrou ainda que a área profissionalizante foi a que mais se desenvolveu no Ceará o que envolve jovens cearenses. Ele indagou ainda como a situação de violência no Brasil permanece diante tantas ações que foram constituídas ao longo dos últimos anos. O petista disse também que a entrada do crack no cotidiano das pessoas foi fato preponderante para que houvesse aumento da violência, ainda que tenha havido investimentos necessários.
Formação
O deputado Sergio Aguiar (PROS) também tratou do assunto e ressaltou que o secretário de Segurança Pública do Estado, Servilho Paiva, apontou que o aumento de policiamento nas ruas seria a solução para diminuir a sensação de insegurança das pessoas. Por isso, depois dos 1057 policiais convocados no início do mês, outros 1110 serão chamados para iniciarem cursos de formação para estarem em até seis meses à disposição da sociedade.
O parlamentar lançou um alerta para que as pessoas possam partilhar entre si, através de movimentos religiosos ou sociais, a fim de que o combate às drogas seja cada vez mais eficiente, "para livrar filhos e filhas de cearenses das classes A até a E, para que eles possam ter sua proteção social devida, e que não ocorram fatos que aprisionam as famílias, em detrimento daqueles indivíduos que são useiros da arte do crime". A deputada Mirian Sobreira (PROS) reclamou da atitude de alguns advogados que insistem em defender um traficante que é causador de outros tantos males e disse que esses também deveriam ser enquadrados como coautores.
"A droga destrói toda uma família e estamos vivendo a época das drogas porque nossos jovens não foram devidamente cuidados, mas eu acredito que os investimentos feitos pelo Governo do Estado e aumento de vagas nas universidades federais, isso dará mais oportunidades para nossos jovens", disse a parlamentar.
Heitor Férrer (PDT) lembrou que os tratamentos feitos em centros de recuperação são caminhos para melhorar a situação da violência no Estado e ressaltou que muitas vezes a população mais carente nunca teve o acompanhamento do Estado.