No Vale do Jaguaribe, o parque de aquicultura, com destaque para o Açude Castanhão, oferece oportunidade de emprego e renda para moradores
FOTO: ELLEN FREITAS
Programação visa estimular o consumo de peixe, através da venda do pescado por preços populares
Limoeiro do Norte. Este município é uma das cidades que recebem a Programação da 10ª Semana do Peixe, realizada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. O programa estimula a comercialização do pescado em todo o País. Para tanto, serão realizadas amanhã palestras, oficinas e um variado cardápio para os apreciadores do pescado.O evento tem como finalidade estimular o consumo de peixe pela população, através da valorização da culinária e da venda do pescado a preços populares, nos principais mercados de peixe do Brasil.
Ano passado a campanha aumentou o consumo nacional do pescado em 20% e reduziu os preços para o consumidor em 24%. A iniciativa vem ocorrendo em todo o País desde o último dia 2 de setembro, quando foi realizado seu lançamento oficial, em Brasília.
A novidade este ano é a participação de várias redes estaduais de ensino, de 93 restaurantes populares e 136 cozinhas comunitárias do País, que oferecerão pratos à base de pescado.
No Ceará o evento iniciou segunda feira, dia 9, na Assembleia Legislativa, com a apresentação da Lei que inclui a Semana do Peixe no calendário oficial de eventos do Estado. A programação continua em Fortaleza até esta sexta feira.
No Vale do Jaguaribe, a cidade de Nova Jaguaribara, onde abriga o principal parque aquícola do Estado, o Castanhão, terá programação voltada para Semana amanhã. Uma equipe de profissionais do Ministério da Pesca e Aquicultura realizará palestras e oficinas, além de visita técnica aos aqüicultores.
Participação
De acordo com a secretária Executiva de Pesca e Aqüicultura do município, Lívia Barreto, o evento contará com a participação direta de cerca de 200 famílias, que atuam na aqüicultura e no beneficiamento do peixe. A economia do município é voltada essencialmente para a criação do peixe tilápia.
A abertura oficial do evento será às 9h de amanhã com a participação do superintendente, Emanuel Simões. Em seguida, na sede do Grupo Kardume, será ministrada oficina de artesanato com o couro da tilápia.
A tarde, a partir das 13:30 h, ocorrerá oficina gastronômica de pescado, ministrada pela engenheira de Pesca, Ana Maria da Silva. Ela, juntamente com os secretários e técnicos do setor de aqüicultura na cidade, está articulando a implantação de uma unidade de processamento de peixe, a ser instalada no Distrito Industrial em Nova Jaguaribara.
Para o superintendente Emanuel Simões, a Semana é uma estratégia para fomentar o consumo de peixe em todo o País, eliminando a figura do atravessador, vendendo o peixe diretamente do pescador para o consumidor. Segundo ele, o cearense consome mais peixe que a média nacional (cerca de 9kg contra cerca de 11/12 kg no Ceará).
Produção
O Superintendente revela ainda que os pescadores de Barroquinha produziram neste final de semana mais de uma tonelada de peixe e o montante é transportado em um caminhão frigorífico, pertencente ao Ministério. "Eliminando o atravessador, que é quem mais lucra, resulta num baixo preço para a população, aumentando o consumo para as famílias", explica Simões.
Outra estratégia enfatizada por ele é a parceria com supermercados, restaurantes e barracas de praia para sejam realizadas algumas promoções e, assim, atrair um público maior. "O Mercadinho São Luiz, por exemplo, fechou conosco e baixou cerca de 17% o valor do quilo do peixe. Com isso, valorizamos além do pescado, o pescador, como um ato importantíssimo no cenário econômico do Estado", afirma o Superitendente.
Posição
No Ceará, a produção anual em águas continentais é de 30 mil toneladas, envolvendo 60 mil pessoas diretamente e 120 mil indiretamente. Estão neste setor pescadores, marisqueiras, fazendeiros de camarão, produtores de lagosta, empresários do setor e vendedores do alimento.
Hoje o Estado do Ceará é o terceiro maior produtor de tilápia do país, (sendo o Parque Aquicola do Castanhão responsável por quase 505 desse volume), o primeiro de camarão e ainda o maior em lagosta.
Simões afirmar que é possível que a produção do Estado caia uma posição, no caso da tilápia, por conta da estiagem. "Claro, estamos aquém do potencial cearense. Ao contrário do que muitos pensam, a maior produção se encontra em terra, na piscicultura e não no mar", lamenta.
Mais informações
Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura no CearáRua Frei Mansueto 151, 2º andar,Meireles, FortalezaTelefone: 85 8799 53374
ELLEN FREITASCOLABORADORA