Do início de janeiro até agora, oito deputados tiraram licença na Assembleia Legislativa. Eles se ausentaram por motivos de saúde, de interesse particular ou para assumir secretaria de Governo. Apesar de alguns suplentes estarem tentando articular novas licenças para setembro, a maioria dos deputados com mandato efetivo afirma que só devem haver novas licenças após 5 de outubro, quando termina o prazo para mudança de partido.
Nas últimas semanas, além dos quatro deputados que estavam como secretários de Governo (Gony Arruda, Mauro Filho, Professor Pinheiro e Camilo Santana), outros três que estavam licenciados por outros motivos retornaram ao mandato. Com isso, a Casa passou a ter apenas três suplentes em exercício, dos quais dois estão no lugar de deputados secretários do Governo e da Prefeitura de Fortaleza.
Apesar de a expectativa de que novas licenças só ocorram a partir da segunda quinzena de outubro, nos bastidores, alguns suplentes têm procurado deputados, tentando convencê-los a tirar licença. É o caso de Adail Carneiro (PDT). Nas últimas semanas, ele tem visitado a Casa para conversar com seus correligionários, pedindo que tirem licença superior a 120 dias, para que ele possa ser convocado.
Inicialmente, Carneiro enfrentou resistência de alguns deputados. O líder do PDT na Assembleia, Delegado Cavalcante, afirma que o partido tinha um acordo de que os quatro integrantes da bancada tirariam licença pelo menos uma vez durante o mandato, para dar chance aos quatro primeiros suplentes. O parlamentar lembra, contudo, que Adail é o 1º suplente e já foi beneficiado em 2011, quando Cavalcante se licenciou.
Compromisso
Heitor Férrer informou que Patrícia Saboya "tem interesse" em tirar licença nos próximos meses e o presidente estadual do PDT, deputado federal André Figueiredo, teria articulado com os outros suplentes para que Adail assumisse. Com a exoneração de Evandro Leitão da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, que também é suplente do PDT, a situação pode mudar.
Outro que poderá se licenciar nos próximos meses é Lula Morais, único deputado do PCdoB. Ele explica que tem um "compromisso" com o partido de tirar duas licenças no mandato. A primeira já foi tirada em 2011, quando Dr. Pierri (PCdoB) assumiu. Roberto Mesquita (PV) também afirma que poderá tirar licença nos próximos meses para tratamento de saúde. Outros deputados do PT, PR, PTN, PSDC, PSDB, DEM, PSD, PMDB, PRB e PMN afirmaram que ainda não há previsão de licença.
Júlio César Filho (PTN) e Mário Hélio (PMN) disseram que devem tirar licenças só no próximo ano. Hélio informou que deve se licenciar para dar vez a Fátima Sindeaux (PMN). Para Danniel Oliveira, o PMDB, assim como os demais partidos, só discutirá licenças por motivos pessoais a partir de outubro, quando já tiverem certeza das mudanças de partidos dos deputados.