De acordo com Reginaldo Pinheiro, vice-presidente do Sindicato dos Professores e Servidores da Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Apeoc), a melhoria do ensino na escola pública passa fundamentalmente pelo financiamento. “Hoje temos apenas 5% do Produto Interno Bruto (PIB) aplicado na educação, e é muito pouco diante da demanda”, avalia Pinheiro.

O professor diz ainda que há o pleito de ampliação do valor para 10% do PIB como uma das diretrizes do Plano Nacional de Educação (PNE). “São diretrizes e metas para os próximos 10 anos, já com a previsão dos 10% de investimento no setor”, explica. Para que o Plano não seja somente uma carta de intenções, Reginaldo Pinheiro observa que a fonte do financiamento seria do montante arrecadado com os royalties do petróleo.   

Para o sociólogo André Haguette, professor de doutorado em educação, a resposta para a melhoria da qualidade do ensino - as escolas profissionalizantes - já está em andamento e precisa apenas de ampliação e continuidade. “É um projeto excelente e aplica uma visão didática e pedagógica extremamente boa”, aponta.

Ele cita a carga horária das 7h da manhã até 17h como um dos fatores fundamentais, além da dedicação dos professores e alunos neste modelo de escola. “O que o governo tem que fazer é criar condições para que isso ocorra em mais unidades. Conheci quatro escolas profissionalizantes e me surpreendi positivamente com o que vi”, conta.

André Haguette afirma que o resultado apresentado no vestibular, Enem e na inserção no mercado de trabalho abrange quase a totalidade dos alunos, e que o sucesso do projeto vem trazendo uma nova realidade. “Sei de alunos que estão deixando instituições particulares para estudarem nessas escolas profissionalizantes. É a volta da classe média para a escola pública, e essa talvez seja a solução definitiva para melhorar a qualidade da educação”, conclui.
HS/AT