Dos R$ 35,9 milhões gastos em Fortaleza, Elmano e Roberto Cláudio investiram, juntos, R$ 30,2 milhões
Os dois candidatos a prefeito de Fortaleza que disputaram o segundo turno, Roberto Cláudio (PSB) e Elmano de Freitas (PT), são responsáveis por, pelo menos, 84% de todos os gastos na campanha majoritária da Capital. Isso porque Elmano e Roberto Cláudio investiram, juntos, R$ 30,2 milhões do total de R$ 35,9 milhões aplicados pelos dez postulantes ao cargo ao longo de toda a disputa. As informações foram retiradas das prestações de contas de campanha apresentadas pelos próprios candidatos à Justiça Eleitoral.
O prefeito eleito em Fortaleza, Roberto Cláudio, foi o que apresentou o maior montante de despesas. Ao todo, foram R$ 18,55 milhões, investidos principalmente em produção de programas para Rádio e TV, publicidade, serviços prestados por terceiros, carros de som e promoção de eventos da candidatura.
Já Elmano de Freitas gastou, nos dois turnos da campanha, quase R$ 7 milhões a menos que o seu concorrente na segunda fase da disputa. O petista investiu R$ 11,66 milhões, valor aplicado principalmente em despesas como promoção de eventos de campanha, aluguel de veículos, prestação de serviço, publicidade por materiais impressos e por telemarketing e produção de jingles e vinhetas.
Uma quantia significativa foi aplicada por Elmano e Roberto Cláudio para contratar serviços de terceiros durante a campanha: R$ 9,75 milhões, quase um terço do total investido pelo petista e pelo pessebista ao longo de toda a disputa deste ano.
Conforme a prestação de contas que Roberto Cláudio apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), pelo menos R$ 5,46 milhões foram gastos apenas para o pagamento de serviços prestados por terceiros, o que envolve, por exemplo, o pagamento das pessoas contratadas para trabalhar na divulgação da candidatura. Nessa mesma área, o valor despendido por Elmano de Freitas foi de R$ 4,29 milhões.
Previstos
A previsão de gastos apresentada pelos dez candidatos a prefeito de Fortaleza antes da campanha somava R$ 59,7 milhões, valor bem superior ao que, de fato, foi arrecadado por eles: R$ 33,99 milhões. Isso significa que a receita total computada com as doações corresponde a 57% da quantia que os prefeituráveis da Capital esperavam arrecadar.
Enquanto os oito candidatos derrotados no primeiro turno arrecadaram R$ 6,3 milhões com doações, Roberto Cláudio e Elmano conseguiram alcançar R$ 27,69 milhões em suas receitas.
Os principais doadores são o partido político ao qual pertencem os postulantes e empresas dos mais variados setores. Porém, as agremiações funcionam como intermediárias, repassando valores doados por empresas e qualquer um que não deseje contar na documentação enviada ao TRE. Embora em menor escala, também foram computadas doações de pessoas físicas.
Em relação às doações financeiras feitas pelos partidos políticos aos candidatos, Elmano de Freitas recebeu R$ 6,98 milhões da direção nacional do PT enquanto Roberto Cláudio contou com R$ 1,9 milhão da direção nacional do PSB e mais R$ 10,7 milhões da executiva estadual do seu partido.