A nova composição da Assembleia Legislativa do Ceará, eleita em outubro passado, ainda nem tomou posse, mas as discussões sobre ocupação de espaços na Casa é o assunto mais discutido nos bastidores do Legislativo. Enquanto parlamentares já articulam a formação de blocos, porém, somente a prioridade do PDT como o partido que deve indicar o nome do próximo presidente da Assembleia, a partir de fevereiro do ano que vem, é tida como consenso na Casa.
No entanto, apesar de todos terem a certeza de que o indicado sairá dos quadros pedetistas, visto que a legenda elegeu 14 dos 46 parlamentares da próxima legislatura, ainda há a incógnita de quem será o escolhido. O governador Camilo Santana (PT), peça fundamental no tabuleiro, só deve discutir o tema em janeiro.
Nos últimos dias, cresceram entre os pares as menções a Zezinho Albuquerque (para um inédito quarto mandato consecutivo), Tin Gomes, atual vice-presidente da Casa; e Evandro Leitão, liderança do Governo na Casa. Muitos parlamentares ouvidos pela reportagem disseram, porém, que o nome do futuro presidente da Assembleia será acordado com o chefe do Poder Executivo. Portanto, a briga será para ocupar os outros espaços na Mesa Diretora e nas comissões técnicas.
Articulações
Há possibilidade, ainda, de o PDT se alinhar a PT, PP e MDB na construção de uma bancada governista robusta, visando ocupar os principais espaços tanto na Mesa quanto nos colegiados. As comissões de Constituição e Justiça e de Orçamento, por exemplo, devem ficar sob o comando de integrantes do bloco em formação, assim como os principais cargos da Mesa Diretora da Casa além da presidência, como a primeira secretaria.
De acordo com o presidente estadual do PDT, o deputado federal André Figueiredo, tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara Municipal de Fortaleza, pelo tamanho das bancadas pedetistas, a presidência deverá ficar com integrantes do partido. "Estamos trabalhando de modo a contemplar o direito de cada um de pleitear os cargos", disse.
Liderança do MDB na Assembleia, o deputado Danniel Oliveira informou que a tendência é que a sigla componha um bloco governista, para que possa integrar comissões importantes, além de ter participação efetiva na Mesa Diretora. "Somos uma das maiores siglas que existem no Estado. É natural que a gente participe da Mesa".
Reunião
Já o PT vai reunir os deputados eleitos para tomar posse em 2019 ainda nesta semana para discutir que espaços querem ter na Assembleia nos próximos quatro anos. A legenda, assim como o MDB, elegeu quatro representantes para o Legislativo Estadual. Desta forma, além de participação nas comissões técnicas, pretende requerer, também, uma vaga na Mesa Diretora.
Apesar de ter eleito apenas dois representantes, o PCdoB, por sua vez, também tem interesse em manter sua vaga na Mesa, além de continuar na presidência da comissão de Seguridade Social e Saúde. Para isso, terá que dialogar com outras legendas ou se inserir em um bloco partidário.
Cada vez mais diminuta, a oposição, por outro lado, pretende reunir seus membros para também ter voz nas discussões da Casa. PSL, PROS e PSDB, com seis parlamentares eleitos para 2019, estudam a formação de um bloco para, desta forma, poderem pleitear a ocupação de espaços na Assembleia.
Outro grupo de partidos pequenos, formado, até o momento, por PPS, Patriota (Patri), PRB, PR e PSD também pode ser formado com o mesmo objetivo. Membros dessas legendas já estão dialogando há algumas semanas.