Enquanto alguns deputados estaduais aproveitam as férias, outros já estão preocupados com o início do período legislativo, a partir do dia 1º de fevereiro, quando a Assembleia Legislativa do Ceará retomará as atividades com a nova composição da Mesa Diretora. A preocupação de algumas lideranças partidárias diz respeito à composição e presidência das comissões técnicas permanentes, sempre motivo de disputas internas.
São 18 colegiados disputados por blocos partidários e agremiações visando ocupar o maior espaço possível na Casa. No entanto, alguns são tidos como prioritários para o Governo do Estado e devem ficar sob o comando de bancadas de siglas aliadas, como as comissões de Constituição, Justiça e Redação; Orçamento e Finanças; Educação e Seguridade Social e Saúde.
Estas estiveram sob a presidência e vigilância de aliados do Executivo nos dois últimos anos e assim devem permanecer no próximo biênio. A atual líder do PMDB na Assembleia, deputada Silvana Oliveira, destaca, no entanto, que a comissão de Seguridade Social e Saúde sempre foi presidida por peemedebistas.
O colegiado, contudo, foi praticamente abandonado pelo último presidente, o ex-deputado e atual prefeito de Pacatuba Carlomano Marques. Quem assumiu os trabalhos do grupo foi Carlos Felipe (PCdoB), então vice-presidente da comissão. Silvana Oliveira defende que a proporcionalidade da composição da Casa seja respeitada.
A parlamentar já chegou a afirmar que não abre mão da comissão de Saúde, mas isso vai depender das composições em bloco que podem garantir as vagas. O PDT, por exemplo, atualmente, está coligado com PEN e PP e conta com 18 representantes no Legislativo estadual, visto que Sineval Roque, apesar de ser da sigla pedetista, é suplente.
Esta quantidade de membros já garantiria ao menos a presidência de três comissões para o bloco. Se a sigla se unir ao PT, que está com três deputados efetivados, sobe para 21 o número de titulares.
Há, ainda, uma sinalização de união entre PMB, PSD e PMDB para ocuparem o maior número possível de vagas nas comissões. Juntos, teriam dez membros - cinco, porém, são da base governista e não se sabe se estariam dispostos a agregar forças em um bloco de oposição.
Durante a votação para a presidência da Mesa Diretora, em dezembro passado, PR, PSDB, PSDC e SD também formaram um bloco, o qual pretende ficar unido em busca de espaços. Atualmente, das 18 siglas que compõem a Casa, nove estão no comando das comissões permanentes. O PDT preside quatro: CCJ, Orçamento, Defesa Social e Educação. O bloco PMB/PSD coordena os trabalhos de Infância e Adolescência, Defesa do Consumidor, Recursos Hídricos, Cultura e Esportes.
O PCdoB, com dois deputados, passou boa parte do período legislativo no comando de três colegiados. O PMDB presidiu as comissões de Trabalho e Serviço Público e Meio Ambiente, enquanto o PP ficou no comando de Direitos Humanos e Fiscalização e Controle. PT, PEN e PSB presidiram uma cada.