Henrique Araújo, editor-adjunto de Conjuntura
Por que Capitão Wagner (PR) perdeu? É a pergunta que o candidato do PR e seus eleitores se fazem hoje. Eis, não razões, mas pontos que podem ter exercido influência determinante para o resultado final, que, reconheça-se, foi bastante estreito. Se se considerar que o prefeito tinha a seu favor as máquinas estadual e municipal, a campanha mais cara do País e a presença ostensiva dos irmãos Ferreira Gomes, a derrota é relativizada ainda mais. Um dos fatores que talvez ajudem a explicar o insucesso do militar foi a queda de braço em torno dos votos de Luizianne (PT) e Heitor (PSB). Inicialmente, projetava-se que o eleitorado da petista se dividiria em percentuais iguais entre os oponentes que disputavam o segundo turno, mas esse contingente petista acabou debandando para o lado do prefeito. Efeito das críticas de Wagner, que tentou desgastar RC associando-o ao PT? Outro ponto de fragilidade do deputado estadual foi o episódio envolvendo PMs no primeiro turno e o pedido de ajuda federal assinado por juízes. Qual o impacto disso sobre o humor do eleitorado? Cumpre dizer, porém, que Wagner termina a campanha confirmando condição de fenômeno. Em sua primeira disputa majoritária, ele se saiu quase sempre bem nos debates, criando incerteza sobre o resultado até o último instante. Os 588.451 votos conquistados convertem-no em postulante natural em 2018, a deputado ou a outro cargo.