Debatedores apresentam razões para se estabelecer um percentual do PIB nacional para garantir o atendimento à população
FOTO: NATINHO RODRIGUES
A saúde foi o tema de debate na Assembleia Legislativa, na manhã ontem, durante audiência pública no Complexo das Comissões da Casa. O debate tratou sobre o financiamento da saúde pública no Brasil e apresentou o Movimento Nacional em Defesa da Saúde, que está lutando, por meio da campanha "Saúde + 10", pelo investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em saúde.
A campanha, realizada em parceria com cerca de setenta entidades da área de saúde no País, tem como objetivo colher 1,5 milhão de assinaturas para um Projeto de Lei de iniciativa popular, a exemplo da Lei da Ficha Limpa, para pedir este investimento da receita bruta do país em saúde. O deputado Lula Morais explica que a realização da audiência pública foi uma ação conjunta com o deputado federal João Ananias (PCdoB-CE) para incluir o Ceará na luta em prol da saúde. "Nós estamos nos incorporando a essa luta por mais investimentos. O direcionamento de 10% do PIB significa que quando a receita aumentar, o investimento para a saúde também vai crescer".
O deputado Lula Morais relembrou que houve avanço na saúde pública brasileira a partir de 1988, quando foi implantado o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o deputado federal João Ananias, antes da criação do SUS, o País possuía um modelo privatizado e "hospitalocêntrico" de saúde.
O atual sistema surgiu por meio da luta dos movimentos sociais, tendo ele próprio e o deputado Lula participado do movimento. No entanto, ele criticou a gestão do SUS e os baixos investimentos. De acordo com ele, hoje apenas cerca de 3,8% do PIB da União é investido em saúde.