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Consciência negra: caso na Câmara Federal é rechaçado - QR Code Friendly
Quinta, 21 Novembro 2019 05:49

Consciência negra: caso na Câmara Federal é rechaçado

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Parlamentares cearenses, em pronunciamentos feitos ontem (20) em sessões da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE) e da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), destacaram o Dia da Consciência Negra, comemorado na mesma data. Os legisladores chamaram a atenção, em meio a isso, a um caso ocorrido na véspera na Câmara dos Deputados, quando Coronel Tadeu (PSL-SP) quebrou uma placa de uma exposição sobre o genocídio da população negra. A ilustração retirada mostrava um policial de costas, com uma arma nas mãos, afastando-se do corpo de um jovem negro estirado ao chão algemado, vestido com a bandeira do Brasil.     O tom dos que se pronunciaram sobre o caso, no Legislativo do Ceará, foi de rechaçar o ocorrido. O deputado estadual Renato Roseno (Psol), na ocasião, também repreendeu a atitude do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que, logo após o colega quebrar a peça, subiu à tribuna para defendê-lo e questionar o genocídio negro no brasil. Para Roseno, essa sucessão de acontecimentos foi “abjeta, vergonhosa, criminosa”.     “Esse episódio comprova a dívida gigantesca que o Brasil tem com os negros e negras, um verdadeiro atraso civilizatório, assim como atesta o perigo que passamos a correr ao ter entregue o País à direção desse grupo político que o governa, tanto que os dois parlamentares que protagonizaram esse momento são da base desse governo”, avaliou. O parlamentar apresentou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que apontam que, no Brasil, 75% das vítimas de assassinato são negros e que mais de 70% das mulheres encarceradas são negras.     O episódio também foi comentado pelo vereador Evaldo Lima (PCdoB), na CMFor. “Em um dia tão especial quero lamentar profundamente o que ocorreu. Esse tipo de parlamentar acaba espetaculizando, propagam ao ódio, fazendo apologia ao racismo, ao preconceito e a violência”, criticou Data Outros parlamentares marcaram a data da Consciência Negra, sem, no entanto, mencionar o caso ocorrido na Câmara Federal. A deputada estadual Augusta Brito (PCdoB) ressaltou a importância de se debater o racismo e de admiti-lo, como primeiro passo para a superação. “É uma questão estrutural, que atravessa todas as instituições sociais e influencia muitos comportamentos, “os mais subjetivos”.     Ela pontuou, ainda, que de 2003 a 2013 a violência contra a mulher negra aumentou, enquanto a violência contra a mulher branca diminuiu. “Sabemos que 50% são agredidas e assassinadas por companheiros ou familiares, mas pelos números já percebemos que a questão não se resume à misoginia, mas inclui o racismo naturalizado pela nossa própria política”, disse.     Já o vereador Idalmir Feitosa (PL) salientou a necessidade da igualdade de raça e cor na sociedade. “Não é a cor que vai distinguir a dignidade da pessoa, mas sim o caráter, a moral e principalmente a sua consciência diante de seu existir. Viva a todos os negros brasileiros”, defendeu.     Evaldo Lima, em sua fala na CMFor, pontuou que “essa data é mais importante para o movimento da consciência negra do que propriamente o 13 de maio de 1988 com a assinatura da Lei Áurea”. “E queria aqui lembrar uma citação do Nelson Mandela que costumava dizer: ninguém nasce odiando uma pessoa por sua cor, origem ou religião, e se podem aprender a odiar também podem aprender a amar. Ele passou 30 anos na cadeia por conta do Apartheid e nos dá essa lição de generosidade”, lembrou ele.     Universidades Renato Roseno constatou também que, apesar de dados apontarem que negros já serem maioria nas universidades públicas, aqueles que têm acesso a cursos tradicionais reconhecidos por direcionarem as melhores carreiras profissionais, como medicina, Direito, Engenharia, e Arquitetura, são majoritariamente brancos. “O racismo já é uma condição arraigada à estrutura do ser social brasileiro. Esse perfilamento racial não é obra do acaso. É uma construção social histórica profunda. Temos que assumir essa constituição segregada e lutar por políticas afirmativas e equitativas em todos os setores da sociedade”, defendeu.
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