Granja fala dos equívocos e a realidade do SUS no País
Para o médico, ex-prefeito de Jaguaribara e deputado estadual há duas décadas, “O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma ideia fantástica com seus três níveis de atendimento, primário, secundário e terciário, mas apresentam graves distorções. Existem equívocos na realidade da saúde pública brasileira que precisam ser enfrentados e modificados. Cabe à atenção básica responder positivamente pela demanda de 80% dos casos de atendimento inicial, trabalhando o atendimento preventivo, a assistência pré-natal, a prevenção da mulher e do homem. É no setor primário que temos de atender os casos de diabetes, hipertensão, e as consultas em geral. Ocorre que os investimentos nessa área estão bem abaixo do ideal”.
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Segundo Antonio Granja (foto), “O Programa Saúde da Família (PSF) recebe em torno de R$ 10.650 do Governo Federal para manter uma equipe. Esse recurso não paga nem o médico (R$ 11,5 mil), deixando um déficit no pagamento do enfermeiro (R$ 3 mil), do técnico de enfermagem (R$ 1,2 mil), do motorista, do auxiliar de farmácia e do auxiliar de serviços gerais (998 reais cada, ou seja, o salário mínimo vigente no País). Para bancar todo custeio, seria necessário pelo menos R$ 20 mil, sem falar no pagamento do agente de endemias e do agente comunitário de saúde, que fazem parte da Unidade Básica de Saúde e dos insumos: combustível, transporte, medicação básica, energia, etc. que a UBS precisa ter para funcionar bem”.
Como fecha a conta?
Na opinião do médico é uma situação inoperante. O atendimento é obrigatório por lei. Com isso, muitas equipes do Programa Saúde da Família-PSF, funcionam de forma precária, sem a presença do médico e até casos sem enfermeiro(a). Com isso, o técnico de Enfermagem passa a ser o responsável pelo atendimento. Portanto, o SUS que deveria ser o alicerce do sistema. Na verdade, vem funcionando de forma precária. Para se obter resultados positivos, é imprescindível a aplicação de mais recursos, bem como um Acompanhamento e fiscalização mais rigorosos, admite Antonio Granja.
E disse também
“Em minha experiência profissional de mais de 30 anos acompanhando esse sistema de saúde posso citar algumas situações que um bom atendimento básico e rigoroso reduziria quantitativamente e progressivamente a superlotação nos casos de transferência para o serviço terciário. No caso de hipertenso mal conduzido poderá evoluir para complicações cardiovasculares (acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, etc). A mesma situação se aplica a um paciente diabético que pôde evoluir muitas vezes para um quadro de pré-diabético, insuficiência renal crônica (com necessidade de hemodiálise) e coma diabético. Uma gestante com quadro de pré eclampsia leve evoluindo para eclampsia E muitos pacientes com indicações de cirurgias eletivas: hérnias, litíase das vias urinárias, que quando não atendidos em tempo hábil poderão evoluir para complicações graves necessitando do atendimento terciário. Em todas essas situações e muitas outras, essas complicações seriam evitadas se tivéssemos na atenção básica e secundária um atendimento de qualidade eficaz. Portanto, de nada adianta construir hospitais com estrutura secundária e terciária de ponta, e muito cara, enquanto o País continuar negligenciando a atenção básica. Este é o maior desafio do SUS em seus mais de trinta anos de existência, que é garantir a prevenção e salvar maus vidas. É imprescindível mudanças no SUS.
Turismo
O deputado Sérgio Aguiar (PDT) foi bastante enfático, na tribuna da Assembleia, ao discorrer sobre o crescimento do turismo mundial divulgado pela pesquisa anual do Eirf Travel & Tourism Council (Conselho Mundial de Viagens e Turismo). De acordo com o Conselho, esse índice alcançou 3,9% no último ano, contribuindo com o recorde de US$ 8,8 trilhões e 319 milhões de empregos até o final do ano.