Sérgio Aguiar lembrou que o alerta sobre o problema que encerramento do contrato com os médicos estrangeiros provocaria, foi dado logo após anúncio do fim do Mais Médicos. “Muitos falavam que o programa era deturpado e havia insinuações de ligações entre os governos brasileiro e cubano, mas, desde o início, previmos que quem pagaria por isso seria o povo pobre”, disse.
Conforme matéria do DN, o Ceará oferece 1.700 vagas para cadastrados no projeto, mas 960 delas estão ociosas (56,4%). O edital de substituição dos médicos cubanos ofereceu 560 vagas, contudo, somente 50 foram preenchidas. Outras 450 precisam de reposição, devido o fim do contrato com os profissionais médicos, que ainda aguardam edital de substituição há um ano e meio.
Sérgio Aguiar observou que os médicos cubanos saíram do programa há quatro meses. “O quadro é grave e preocupante, pois os moradores das localidades mais isoladas do serão se encontram sem assistência médica desde então. Uma medida urgente deve ser tomada”, acrescentou.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PR) justificou que a falta de médicos se deve ao tratamento recebido pelos profissionais. Ela informou que irá propor um novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos ao Ministério da Saúde, e considerou que “saúde é importante, mas o profissional deve ser levado à sério e receber o respeito que merece”.
O deputado Moisés Braz (PT), por outro lado, concordou com Sérgio Aguiar e afirmou que, no município de Ibiapina, por exemplo, as pessoas estão sem assistência médica, desde que os cubanos foram embora. "É preciso muita coragem para reconhecer o papel que eles desempenhavam nessas localidades. Quem mais sofre com essas medidas do Governo Federal são os moradores da zona rural”, criticou.
Já o deputado Leonardo Pinheiro (PP) considerou que os médicos cubanos exerciam um papel fundamental na saúde preventiva dessas populações, e propôs que o Parlamento, com o representante da população, levasse adiante uma cobrança, junto aos governos, para a solução do problema.
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