Deputado Elmano de Freitas reafirmou a candidatura de Lula em encontro com o governador
_José Leomar
Na primeira reunião com a deputada federal Luizianne Lins, o governador do Estado, Camilo Santana, voltou a defender que o presidenciável do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, terá muitas dificuldades para ser candidato e, por isso, ele defende aproximação da sigla com a postulação de Ciro Gomes, do PDT. No entanto, petistas presentes no encontro afirmaram que a definição da legenda é de apoio ao nome de Lula, abrindo possibilidade para discussão de outro quadro somente no caso de não conseguir tal intento.
No encontro entre o governador e Luizianne, que durou mais de três horas, os petistas trataram de eleição presidencial e apoio a Lula, reeleição estadual, vagas para o Senado e coligações proporcionais. Também participaram da reunião os deputados José Guimarães e Elmano de Freitas. Algumas questões, no entanto, ficaram pendentes.
O primeiro ponto tratado pelos quatro foi uma eventual candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República, visto que, para os petistas, não há qualquer possibilidade de apoio a uma candidatura que não seja a do ex-presidente. Os membros da legenda disseram que o candidato pedetista, Ciro Gomes, não é tratado como inimigo político, mas apenas como um possível adversário eleitoral.
De acordo com Elmano, Camilo opinou, com franqueza, que a candidatura de Lula terá dificuldades com o registro e, caso não obtenha êxito, ele defende apoio do PT a Ciro Gomes. "Em algum momento, se não vingar, vamos sentar para discutir, e ele pode propor o que acha melhor para o partido. Mas, até lá, o apoio dele é na candidatura do Lula".
O segundo ponto, a candidatura de Camilo à reeleição, vinculada à eventual postulação de Lula à Presidência, contou com o apoio de Luizianne Lins. A petista se comprometeu em apoiar a candidatura do governador em um cenário em que ele apoie a candidatura do ex-presidente.
"Essa condição está resolvida, porque o Camilo é Lula", disse Elmano de Freitas. Em entrevista recente ao jornal O Estado de S. Paulo, contudo, o governador cearense já havia defendido a candidatura de Ciro Gomes, com um possível vice do PT.
Senado
Já a disputa por cadeira do Senado, para os petistas, é mais delicada, pois o partido não tem predisposição para apoiar a aliança que está sendo costurada entre Camilo e Eunício Oliveira (MDB). Camilo, porém, disse que a aproximação político-administrativa com Eunício foi positiva para o Ceará e que está aberto a fazer aliança eleitoral com o presidente do Congresso Nacional. No entanto, ele acredita que ainda é cedo para tomar decisão quanto à candidatura.
Sobre a coligação proporcional, o governador afirmou aos petistas que não tem números ou estudos sobre as chances de cada candidato ou partido, o que deveria ser avaliado com mais cautela para saber os objetivos de cada chapa proporcional.