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Estratégia de Segurança gera divergência na AL - QR Code Friendly
Quinta, 10 Mai 2018 07:05

Estratégia de Segurança gera divergência na AL

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A criação da Superintendência de Pesquisa e Estratégia em Segurança Pública, proposta pelo governo Camilo Santana, provocou intenso debate, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa. Apesar das críticas da oposição, a base governista garantiu a aprovação do regime de urgência que garante uma tramitação célere para a proposta. Antes, parlamentares se revezaram na tribuna em manifestações contra ou a favor do projeto. O deputado Elmano Freitas (PT) defendeu a criação da Superintendência e disse que não consegue entender como alguém se coloca contra a criação de uma ferramenta que fortalecerá o trabalho da polícia. “Nosso povo sabe que a situação do Ceará é grave. Será que a população acha ruim usar o recurso para que especialistas estejam observando a todo instante a violência e levando informações mais precisas a polícia?”, questionou.   Elmano Freitas ressaltou ainda a dinâmica com que se movimentam os grupos criminosos, diversificando os setores e as áreas de atuação. “Em um dia eles podem estar roubando carros em um bairro e na outra já estão em outro lugar explodindo agências bancárias. Portanto, é acertada a criação de um órgão que esteja em permanente estudo dessas ações criminosas”, opinou.   A principal crítica contra a proposta foi feita pelo deputado Heitor Férrer (SD). Para o parlamentar, a criação servirá somente para abrigar 15 “cabides” indicados pelo governador. “Onde está o Conselho Estadual de Segurança Pública? A força-tarefa? O Centro de Inteligência? O Ceará Pacífico? Gastamos R$ 1,7 milhão para esse estudo. Temos o relatório feito pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência”, salientou.   Heitor Férrer ponderou ainda que não se pode confundir o combate à violência com políticas públicas voltadas para segurança pública. Ele explica que o combate é feito pela polícia, enquanto as políticas públicas são os serviços prestados pelo Estado que evitam o envolvimento do cidadão com o crime. “A causa da instalação da violência foi resultado justamente da falha do Poder Público. Falhou na saúde, falhou na educação, no lazer, no esporte, na moradia e em tantos outros pontos”, assinalou.   O deputado citou ainda o número de homicídios no Ceará em 2018, que, segundo ele, passa de 1.800. “Estamos entregues ao crime”, afirmou. “Acredito na boa vontade do governador. Mas vejo o que é exagero. O que não é prioridade. Eu não acredito que a Superintendência seja a solução para a violência do nosso Estado”, concluiu o deputado. A deputada Dra. Silvana (PR) fez um contraponto a Heitor e ressaltou que o novo órgão a ser implantado, após aprovado pelo Legislativo, vai melhorar o serviço de inteligência do setor. Ao contrário do deputado, que criticou o surgimento de mais 15 cargos comissionados para a Superintendência, ela defendeu que fossem pelo menos 184 novos servidores, um em cada município do Estado, para um trabalho mais efetivo. “Estou bem empolgada com a proposta. Da mesma forma que defendo melhores ações na área de saúde, também quero essa Superintendência funcionando. A população quer novas medidas”, afirmou.   Também na defesa da proposta, o deputado Evandro Leitão (PDT), líder do Governo, disse que há muitas críticas no que concerne à área de inteligência. “No momento em que o Governo cria uma Superintendência, um deputado vem criticar a criação. É engraçado, para não usar outro adjetivo, por tal comportamento. Será que 15 empregos mudam tanto assim que não possam ser criados, mesmo beneficiando toda a população?”, perguntou.   Para o líder, Heitor Férrer fez discurso somente para “desgastar” o Governo. “Não foi nada propositivo. Se espremer a fala, não há nenhuma sugestão. Não se pode brincar com segurança pública”, disse. O deputado também explicou que não foram suspensas as cirurgias no Hospital de Messejana, como havia denunciado Heitor Férrer. “Ontem foram realizadas nove cirurgias na unidade, conforme informou o secretário de Saúde, Herique Javi”. Para Evandro Leitão, nunca é demais quando se fala em segurança pública. Segundo ele, o Estado tem de efetivamente servir a população, principalmente no que ainda não apresentou resultados satisfatórios. “A Superintendência vem ao encontro do que a população quer”, observou. Ele também reafirmou que as cirurgias não foram paralisadas no Hospital de Messejana, conforme foi denunciado.   Na mesma linha, o deputado Julinho (PPS) disse que se sentiu surpreendido com a crítica ao projeto do Governo que prevê a criação da superintendência. “Esse órgão vem atender aos pedidos da melhoria do sistema de inteligência de segurança, feitos, inclusive, pela oposição. Quando o governador Camilo Santana assumiu, cortou 25% dos cargos comissionados, não cabendo crítica à criação de apenas 15 cargos.”   O que diz a proposta Em tramitação na Assembleia Legislativa, o projeto n° 48/18 cria o órgão, com o objetivo de realizar pesquisas, estudos, projetos e estrutura informacional, para o fortalecimento da formulação da política e análises criminais. A Superintendência terá ainda autonomia orçamentária e funcional, vinculada à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.
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