Fernando Hugo cobrou, em discurso, estratégias de reaproveitamento de água no Ceará
( Foto: José Leomar )
O início da quadra chuvosa deste ano no Estado motivou discursos de alguns deputados, ontem, na Assembleia Legislativa. O reaproveitamento de água voltou a ser cobrado por parlamentares, bem como a conclusão do Eixo Norte da Transposição das Águas do Rio São Francisco, que deve beneficiar o Ceará, mas está atrasada há anos. O deputado Fernando Hugo (PP), por exemplo, demonstrou preocupação com o abastecimento de Fortaleza e da Região Metropolitana, mas apontou alternativas.
Ele começou o seu discurso avaliando que a água precisa ser "retida, acumulada, tratada, distribuída e, logicamente, após o uso em domicílios e/ou outras atividades que ela proporciona, podendo ser reusada". Segundo ele, os governos passados investiram na questão hídrica, assim como a atual gestão estadual. "Dizer-se o contrário é só pelo criticar, muitas vezes no vaidosismo político eleitoral. Criticar o Governo do Estado é desconhecer a enorme quantidade de poços profundos, adutoras, barragens, que levaram o Estado a ter condições de vida humana".
No entanto, ele se mostrou preocupado com o abastecimento de Fortaleza e da Região Metropolitana, uma vez que o Açude Castanhão, principal reservatório do Estado, está com a capacidade hídrica aquém da ideal, um reflexo de seis anos seguidos de seca no Estado.
Para Fernando Hugo, a água da lagoa do "Complexo Sapiranga Precabura" poderia ser aproveitada na Capital, pois, segundo ele, faz parte da bacia hidrográfica do rio Cocó e tem sete quilômetros de extensão. O parlamentar disse que a ideia já foi apresentada a gestões anteriores e reclamou que, atualmente, a lagoa é aproveitada apenas por "gente grande, que construiu as casas e estabelecimentos à margem ilegalmente".
Logo em seguida, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) subiu à tribuna para lamentar os sucessivos atrasos na conclusão do Eixo Norte da Transposição das Águas do Rio São Francisco, que deve beneficiar o Ceará. "Se adiou para 2016, para 2017 e, agora, para o início de 2018, mas já se fala no final do ano de 2018, uma obra que falta menos de 10% para ser concluída. Eu espero que o Governo Federal reveja esse contingenciamento que vem sendo colocado para o nosso canal", cobrou.
Ações
Apesar disso, Carlos Felipe comemorou o "reforço hídrico" que reservatórios do Estado vêm recebendo com as chuvas deste início de ano, o que dá "boa perspectiva" para 2018. Ele ressaltou ações do Governo do Estado para minimizar os efeitos da seca, como a perfuração de 40% a mais de poços em relação aos que foram construídos nos últimos 30 anos e o aumento da tarifa cobrada às hidrelétricas, no Complexo Portuário e Industrial do Pecém, pelo uso da água que, segundo Felipe, passou de R$ 1 milhão para R$ 5 milhões.