Na esteira dos discursos proferidos, ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa, sobre a crise na Segurança Pública no Estado, a deputada Fernanda Pessoa (PR) fez críticas às políticas adotadas pelo Governo cearense para combater a violência. Apesar de reconhecer o aumento no efetivo policial, ela considera que não existe um trabalho de integração entre as polícias e, principalmente, um trabalho voltado para a educação nas periferias.
A parlamentar pregou união de todos, independente de bandeira partidária, e pediu que o governador aceite as propostas levadas a ele "por pessoas de grande competência". Logo após o discurso de Fernanda, o deputado governista Jeová Mota pediu verificação de quórum e a sessão foi encerrada.
"Estamos em luto pelo nosso Ceará". Foi assim que a deputada Fernanda Pessoa definiu a atual situação vivenciada no Estado, frente ao aumento no número de homicídios. Para ela, a banalização do crime e a "imensa deficiência do Estado" em combatê-lo deve levar a ações coletivas, e não partidárias.
"Somos o primeiro Estado do País onde jovens, na maioria negros ou pardos, moradores das periferias, são mortos e, entre esses jovens, os dados que o relatório da Unicef, a agência da Organização das Nações Unidas, apresentou é que em 67,1% dos adolescentes assassinados eram jovens pobres e 70% estavam fora da escola", citou.
Quórum
Durante o pronunciamento de Fernanda Pessoa, o líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT), pediu um aparte, porém, mesmo ele tendo pedido antes, a deputada concedeu, primeiro, a fala ao deputado Carlos Matos (PSDB). Depois que o tucano falou, o tempo do discurso dela havia acabado. Foi quando Evandro Leitão disse que queria "contradizer" o discurso da colega e, ainda, apontou que os dados sobre violência levados por ela estavam equivocados.
Irritada, a oposicionista disse que ela tinha responsabilidade nos discursos e que fazia pesquisas antes de dar qualquer informação. Evandro, no entanto, prometeu que, depois, mostraria que ela estava errada.
Estranhamente, depois desse episódio, o deputado Jeová Mota (PDT), que estava próximo a Evandro, pediu verificação de quórum. Evandro chegou a dizer que ele só fizesse essa solicitação depois que ele discursasse, mas Jeová não aceitou, insistiu e a sessão foi encerrada.