O parlamentar parabenizou a iniciativa do Governo do Ceará, que, de forma semelhante, quer contemplar o Estado ao enviar mensagem à Casa. “Deve ser votado hoje mensagem que permite fazer algo semelhante ao que foi feito lá em São Paulo", observou. Porém, o parlamentar lamenta que a propositura tenha sido encaminhada somente após três anos de mandato, diferente da gestão municipal paulistana. “Na véspera de eleição , o governador manda projeto idêntico ao aprovado na Câmara Municipal de São Paulo”, acrescentou.
Capitão Wagner contou que, em São Paulo, “ficou amarrado em lei" que o procedimento pago pela gestão do município teria o mesmo valor da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), para garantir a boa utilização do recurso público”.
Em conversa com alguns parceiros do município, pôde garantir que a tabela SUS era suficiente para que os procedimentos fossem realizados. “Sei que muitos profissionais reclamam que a tabela está desatualizada, mas com quem eu conversei em São Paulo foi unânime a informação e a afirmação de que era suficiente para que os procedimentos fossem realizados”, assegurou.
Capitão Wagner pontuou que, segundo informações de parceiro, mesmo na tabela SUS, a instituição parceira tem lucro de 20%. “Ele informou que recebe da gestão municipal cerca de R$ 8 milhões por mês, pelos procedimentos realizados, e tem um lucro de R$ 1,6 milhão”, acrescentou.
O parlamentar relatou que a instituição parceria do município está realizando 1.800 cirurgias por mês. “Fortaleza está com 25 mil cirurgias na fila e tem cidadãos com 14 anos de espera por cirurgia. Caso essa parceria seja feita aqui no Estado, temos a esperança de que o Governo tenha a capacidade de diminuir e muito essa fila”, ponderou. Capitão Wagner disse que é favorável à matéria. “Vou votar a favor, mas já me comprometendo com o povo cearense de verificar como vai ficar essa questão do pagamento pelo serviço”, adiantou.
Em aparte, o deputado Antônio Granja (PDT) parabenizou o discurso, mas discordou no que diz respeito ao fato de que a tabela seria suficiente para cobrir os serviços prestados. “Quando for baixado o edital, alguns serviços não vão ter estímulo para querer fazer parceria com o Estado”, disse. O parlamentar citou, por exemplo, que a cirurgia de amígdala paga ao anestesista é algo inferior a R$ 30. “Tem procedimentos que, com certeza, não vão ter”, afirmou. “Nem oito ou 80. Tem que ter um meio termo e uma discussão ampla para estimular os hospitais e profissionais”, defendeu.
LS/AT