Mesmo após o comando do PSB retornar para as mãos do deputado federal Danilo Forte, o deputado estadual Heitor Férrer anunciou que aguardará “mais um pouco” para definir sua situação no partido. Isto porque, segundo explicou ao jornal O Estado, a decisão que reconduziu Danilo Forte ao comando da sigla é “precária”, uma vez que atende decisão judicial.
Heitor adiantou que aguardará até outubro deste ano, quando o Congresso Nacional conclui a votação da reforma política, para tomar uma decisão “definitiva” sobre sua permanência ou não na legenda.
“Decisão conseguida por via judicial, que amanhã pode mudar porque ela é precária. Ele está como presidente numa situação precária sob autorização do Poder Judiciário, contra obviamente o desejo da direção nacional do PSB”, frisou ele em referência ao retorno de Danilo ao comando do partido.
O parlamentar reforçou ter definido um prazo para deliberar sobre o assunto. “Até que isso se defina é o mês de outubro. Vou aguardar até lá. E depois tomo uma decisão definitiva sobre o PSB”, finalizou ele.
Na semana passada, Danilo Forte reassumiu a presidência do PSB no Ceará após decisão do desembargador do Tribunal de Justiça, Eustáquio de Castro, do Distrito Federal. Em abril deste ano, o parlamentar havia sido deposto da função após votar favoravelmente à Reforma Trabalhista. O PSB havia fechado questão contra a matéria. Em maio, a chefia do partido foi assumida pelo também deputado federal Odorico Monteiro, que havia deixado o comando do Pros.
Em conversa com a reportagem, Danilo anunciou planos futuros para a legenda, como realizar um debate interno visando o pleito de 2018. Ele também anunciou que irá procurar nos próximos dias a cúpula do partido para tentar “harmonizar” o ambiente interno.
Saída
Antes desta reviravolta, Heitor declarou que aguardava o “momento oportuno” para migrar para outra legenda. A decisão, inclusive, foi apresentada após ingresso do deputado federal Odorico Monteiro na presidência estadual da legenda. O assunto já chegou a ser tema de conversa entre os dois parlamentares.
Adversário antigo do grupo comandado pelo ex-governador Cid Gomes, Heitor deixou o PDT quando ele, os irmãos Ciro e Ivo Gomes e o prefeito Roberto Cláudio ingressaram no partido em 2015. A escolha pelo PSB, à época, foi articulada pelo então presidente da sigla, o deputado federal Danilo Forte.
A movimentação de Heitor também se explicava pela relação de proximidade de Odorico com os irmãos Ferreira Gomes e o governador Camilo Santana.
“O deputado Odorico Monteiro tem estreita ligação política com os Ferreira Gomes, com uma larga folha de serviços prestados a eles. Se apenas filiado ao PSB, não vejo problema, mas como dirigente partidário, ele entra por uma porta e eu saio por outra. Seria impraticável e inconcebível ficar num partido controlado pelos Ferreira Gomes”, frisou Heitor à época.