O anúncio feito pelo governador Camilo Santana de antecipar convocação da nova turma de concursados da Polícia Militar para reforçar o efetivo da corporação teve repercussão imediata na Assembleia Legislativa do Ceará.
Para o deputado Fernando Hugo (PP), apesar do grave momento que o Estado vivencia na área de segurança, com aumento das taxas de homicídio, o governador não tem poupado esforços para amenizar a situação.
“O Governador tem tentado acertar em todas as ações administrativas relativas à área de segurança pública, adotando um conjunto de medidas que buscam defender um estado de paz e bem-estar social, seja com a contratação ou promoção de profissionais, estímulos salariais, dentre tantas outras”, frisou o parlamentar, acrescentando que “se os resultados obtidos com estas ações ainda não são os satisfatórios, não se pode apontar, de forma alguma, apatia governamental na segurança pública”.
O parlamentar também ressaltou a iniciativa por parte do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), afirmando que o Congresso Nacional pretendem criar uma comissão conjunta para tratar de segurança pública.
Em outra frente, o deputado Ferreira Aragão (PDT) sugeriu a implantação de mais bases móveis da PM em Fortaleza, pois, segundo ele, bairros, como Papicu e Vicente Pinzón, onde as unidades foram instalados houve redução de assaltos.
Plano de Segurança
Embora tenha elogiado a convocação da nova turma da PM, o deputado Capitão Wagner (PR) falou da importância do papel da Polícia Civil e cobrou a elaboração de um plano de segurança para o Ceará.
Para ele, há uma “ineficiência” do Governo na área da segurança. Conforme o parlamentar, o crime está se organizando e o Estado se limita à estratégia de aumentar o efetivo policial e na aquisição de viaturas. “As medidas adotadas não trazem nada de novidade. Falta planejamento, definição de novas formas de fazer política”, afirmou ele. Além disso, segundo o deputado, o Ceará contratou cerca de R$ 4 mil policiais militares em 2017, mas não aumentou o número de policiais para investigar os crimes.
O parlamentar fez, ainda, um comparativo com o estado de São Paulo, a maior das metrópoles brasileiras, revelando que o índice de vítimas por homicídios, que era de 8,47 em março de 2016, caiu para 8,46 por 100 mil habitantes em fevereiro de 2017. A ação, conforme o deputado, é fruto de ações como o bloqueio de celulares em 23 unidades prisionais no Estado.
Já o deputado Carlos Matos (PSDB) disse que o que mais chamou atenção no estado de São Paulo foi em relação a apuração dos crimes. Segundo ele, de cada 100 crimes, 38 são apurados. Enquanto no Ceará, o número fica bem aquém. Ele considerou “inócua” a lei dos bloqueadores de celular, aprovada na Casa. “Nós precisamos de decisões diferentes”, acrescentou, destacando que há uma piora na área da segurança.
Resposta
Para rebater a oposição, o líder do Governo na Assembleia, deputado Evandro Leitão (PDT) disse que os resultados não são obtidos da noite para o dia. “Planejamento se faz reconhecendo pontos críticos e o Governo do Estado reconhece e está contratando 4,2 mil policiais, adquiriu 329 viaturas e mais de 300 motocicletas. O Governo do Estado reconheceu que os salários pagos aos policiais militares estava aquém do média do Nordeste e implantou essa média. Não se tinha uma política de promoção”, observou.