Para o parlamentar, a crise generalizada que tomou o Brasil tem origem na corrupção do sistema político, tornando a reforma extremamente necessária. Entretanto, ele afirma que, da forma como foi elaborada a proposta, somente alguns se beneficiarão, e o povo terá o direito de escolha restringido.
Como exemplo, Fernando Hugo abordou a proposta de lista fechada nas eleições, que implicaria no voto por partido, com dois candidatos pré-escolhidos em eleição dentro da legenda. “Em todo o Brasil, temos donos de partidos. Eles escolherão as duas cabeças para representar o partido. E o povo? Onde fica o poder da escolha? Isso é um retrocesso. É voltar aos tempos de coronelismo”, lamentou.
O financiamento de campanhas por meio da criação de um fundo eleitoral abastecido com recursos públicos também foi criticado pelo deputado. Fernando Hugo avaliou ser impossível a divisão do dinheiro de forma igualitária entre partidos e, mesmo, dentro deles.
“Sabemos como o dinheiro infelizmente determina resultados eleitorais e como ele é usado para a compra de votos, fazendo com que candidatos sejam bem votados em lugares que nunca pisaram”, criticou.
Em aparte, o deputado Tomaz Holanda (PPS) defendeu a discussão da proposta durante a tramitação no Congresso Nacional. “Se esse modelo de lista passar, já pensaram na quantidade de pessoas atuantes que ficarão fora dela para dar lugar a outros com mais números de voto ou dinheiro?”, questionou.
Na avaliação do deputado Leonardo Araújo (PMDB), é preciso fazer uma reforma política, mas ele analisou que a proposta apresentada possui desvirtuamentos. “Aqueles que compram a consciência do eleitor podem ser muito beneficiados com essa reforma. Nosso povo precisa de representantes que têm palavra e prestam serviço ao seu povo”, opinou.
O deputado Dr. Santana (PT) comentou que o Congresso atual não tem legitimidade para votar a reforma política. Ele disse ser favorável ao financiamento público de campanhas, que, se bem dividido dentro dos partidos, poderia igualar a disputa entre os candidatos.
Já o deputado Roberto Mesquita (PSD) previu que a reforma será rejeitada pelo fato de os parlamentares não desejarem nenhum tipo de mudança no sistema atual.
LA/GS