Há exatamente um mês, o governador Camilo Santana (PT) anunciou reajuste de salário de servidores públicos estaduais em duas faixas, com revisão de 6,29% para quem recebe salário mínimo e de 2% para os demais. No entanto, a mensagem ainda não chegou à Assembleia Legislativa para apreciação.
De acordo com o líder do governo na AL, o deputado estadual Evandro Leitão (PDT), a expectativa é de que a mensagem chegue na próxima segunda-feira, 6. Oposição reclama de atraso “rotineiro” do Governo do Estado. Sindicatos dos servidores públicos falam em “desrespeito” e ensaiam pressão para mudança no índice anunciado.
Para Capitão Wagner (PR), trata-se “da mesma coisa que aconteceu com a mensagem de reajuste de policiais militares” e bombeiros. “Cria-se uma expectativa e não se efetiva. O Governo tem feito isso rotineiramente. Antecipa muita coisa e não cumpre os prazos, o que acaba os desgastando desnecessariamente”, critica.
Wagner ainda diz que as negociações por um reajuste maior podem acontecer, mas “vai depender muito da mobilização dos servidores”, que, segundo José Francisco Rodrigues, coordenador do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais do Ceará (Fuaspec), pode ser definido na próxima semana.
Ele afirma que haverá reunião na próxima quarta-feira, 8, com o fórum e as entidades sindicais que o compõem. Mas reclama do atraso que, para ele, soa como “desrespeito”. “O Governo não tem interesse nenhum em conceder (o reajuste). É um descaso com o servidor, que é quem presta serviço à sociedade, e não governador, prefeito e presidente da República”, alfineta Rodrigues, salientando que “o serviço público está defasado” e que “fazer greve hoje em dia não compensa”.
O Governo do Estado foi procurado pela reportagem para esclarecimentos, mas não houve resposta até o fechamento desta edição. (Daniel Duarte)