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Deputados divergem sobre prioridades dos investimentos - QR Code Friendly
Quinta, 23 Fevereiro 2017 04:59

Deputados divergem sobre prioridades dos investimentos

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A sessão de ontem da Assembleia Legislativa foi marcada por um acirrado debate, levantado pela oposição, sobre a prioridade nos investimentos do Governo do Estado nos últimos anos. Deputados cobraram explicações sobre a redução no atendimento e até o fechamento de unidades de saúde no Ceará. A crise econômica foi citada por governistas como principal justificativa para os “ajustes” promovidos pelo Estado.   O deputado estadual Heitor Férrer (PSB) criticou o que avalia como “inversão de prioridades” do Governo do Estado ao liberar gastos com obras “supérfluas” enquanto faltam recursos para a manutenção dos hospitais públicos. O parlamentar ressaltou o fechamento de três unidades hospitalares no interior e a ameaça de suspensão de atendimento a pacientes do SUS no Instituto do Câncer por falta de recursos, noticiados na imprensa nos últimos dias. “O governo nega recursos para a Saúde, mas esbanja para equipamentos supérfluos como um Centro de Formação Olímpica que, de portas fechadas, gasta 137 mil reais por mês de energia. Nós temos um equipamento onde vai se jogar futebol com ar condicionado e os pacientes do Ceará morrendo nas filas dos hospitais”, criticou.   Heitor resgatou os valores gastos pelo governo com as obras “sem utilidade”. “No Centro de Formação Olímpica, um elefante branco, que nunca funcionou, o governador enterrou R$207 milhões. No Acquario, R$ 144 milhões. Com os tatuzões, que nunca cavaram um metro de buraco, foram R$ 137 milhõe”, disse. O deputado Roberto Mesquita (PSD) pontuou que as dificuldades financeiras enfrentadas pela atual gestão podem ser explicadas pelos erros na aplicação de recursos públicos em momentos econômicos mais favoráveis. Segundo Mesquita, especialmente na gestão do ex-governador Cid Gomes, foram adotadas políticas públicas equivocadas e ineficientes, que comprometeram o orçamento do Estado. “Foi adotado e alardeado, durante o governo Cid Gomes, e está sendo mantido pela atual gestão um modelo de desenvolvimento para o Estado que busca embriagar as pessoas, com a construção de equipamentos imponentes e caros que hoje são elefantes brancos e cujos custos são incompatíveis com um Estado pobre como o nosso”, criticou o deputado. O deputado Renato Roseno (PSOL) concordou com as críticas de Roberto Mesquita, salientando que a conta de uma política econômica equivocada adotada pelos últimos governos está sendo cobrada neste momento. “A conta do CFO, do Castelão, das obras construídas na agenda da Copa do Mundo, com vultosos empréstimos, está sendo cobrada. As contas do Ceará, neste momento de crise, só revelam o quão perdulário foi o Governo passado e o quão pouco inovador na agenda econômica tem sido o governo presente”, disparou Roseno.   Já o deputado Leonardo Araújo (PMDB) condenou os gastos com grandes obras nos governos Cid Gomes e Camilo Santana. De acordo com o peemedebista, a construção de equipamentos como o Hospital Regional do Sertão Central, no município de Quixeramobim, o Centro de Formação Olímpica e o Acquario do Ceará “foram unicamente para atender ao interesse de empreiteiras”.   Seca O deputado Odilon Aguiar (PMB) reclamou da falta de recursos para o funcionamento de máquinas perfuratrizes sob responsabilidade do Governo do Estado. Os equipamentos são utilizados para a perfuração de poços profundos no Ceará. Segundo o parlamentar, o déficit de recursos é de cerca de R$ 5 milhões. Além disso, Odilon Aguiar critica o fato das máquinas só operarem nas sedes dos municípios, deixando os distritos sem abastecimento de água.   Expansão O deputado Fernando Hugo (PP) fez o contraponto às críticas ressaltando dados da Secretaria da Saúde do Ceará sobre a melhoria e expansão dos serviços de saúde pública. Segundo o parlamentar, foram investidos R$ 2,3 bilhões no setor entre os anos de 2015 e 2016, sendo que apenas R$ 600 milhões vieram do Governo Federal. Outro ponto destacado por Fernando Hugo foi a ampliação da rede de Saúde pública do Ceará. De acordo com ele, o Estado conta hoje com 11 grandes hospitais, 19 policlínicas, 30 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), 25 Centros de Especialidades Odontológicas, além de 10 unidades especializadas. “Há investimento e, acima de tudo, equipes de profissionais que muito nos orgulham”, elogiou. Na ocasião, o líder do Governo na Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), frisou que os dados apresentados por Fernando Hugo mostram o esforço do Governo do Estado em investir na saúde pública.   A deputada Rachel Marques (PT) também defendeu o Governo do Estado de questionamentos sobre as prioridades de investimento da gestão. Segundo a parlamentar, o Governo tem mantido em dia os repasses para a área da Saúde. De acordo com a deputada, todo e qualquer economia ou corte de recursos adotados pelo Executivo visam dar maior eficiência à gestão e não comprometem os atendimentos à população. Rachel Marques também defendeu a importância do Centro de Formação Olímpica do Nordeste (CFO) para o Ceará. “Considero um equipamento de fundamental importância ao Estado, pois temos um potencial turístico forte, e é bom podermos contar com um centro esportivo deste porte que está apto a receber atletas, eventos, além de desenvolver o esporte para os jovens”, destacou.  
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