Fernanda Pessoa ressaltou que a reforma propõe que a pessoa trabalhe 49 anos para ter a aposentadoria integral. “Querem ainda idade mínima de 65 anos, independentemente do tempo de contribuição, retiradas condições especiais de professores e dos segurados especiais, desvinculação do salário mínimo das pensões e dos benefícios assistenciais e igualdade completa entre homens e mulheres”, explicou.
Para a parlamentar, não é justo que as mulheres tenham a mesma carga dos homens. “As mulheres têm tripla jornada: além da profissão, cuidam da casa, dos filhos e da família”, assinalou. A deputada disse que encaminhou, pela Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres, um ofício para o senador Eunício Oliveira, solicitando que revise a reforma e anule a igualdade dos direitos trabalhistas de homens e mulheres. “Serão anos perdidos de direitos adquiridos, e não podemos apoiar tamanha injustiça com as mulheres”, afirmou.
Fernanda pessoa frisou que, para alguns economistas e pesquisadores, a reforma não traz a sustentabilidade no futuro, conforme propõe o Governo Federal. “Ao contrário, é um impacto de curtíssimo prazo, atingindo grande parte dos que poderiam se aposentar nos próximos 10 anos, e exclui diversos cidadãos do direito ao sistema público de Previdência”, afirmou.
Segundo a parlamentar, é fundamental uma reforma para colocar freio nos gastos públicos. “De acordo com pesquisas, os gastos com todos os sistemas passam dos 10% do PIB, índice de países desenvolvidos, com população bem mais idosa que a brasileira, mas, antes de tudo, é preciso um debate aprofundado e um estudo dinâmico para mexer e alterar toda uma estrutura social”, apontou.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PMDB) concordou que não é justo que as mulheres tenham o mesmo tempo de contribuição dos homens. “Nós mulheres trabalhamos muito mais e somos vaso mais frágil. É preciso debater e defender os direitos das mulheres”, observou.
O deputado Renato Roseno (Psol) destacou que a mídia mostra que a reforma é necessária, mas essa não é a verdade. “Não podemos acabar com os direitos e transferir para os mais pobres o prejuízo. É uma crueldade, por exemplo, acabar com a aposentadoria dos trabalhadores rurais”, criticou. O deputado ressaltou que, no próximo dia 17 de março, a Assembleia vai receber a professora Denise Gentil, para debater a reforma da Previdência.
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