Segundo o parlamentar, o Governo do Estado fez uma licitação “leiloando” a carga horária dos enfermeiros. “Para o Governo, a cooperativa que oferecer menor valor da hora dos profissionais deve ser contratada para mão de obra. Isso vai tirar até R$ 85 de cada plantão da categoria, de um vínculo que já é precário”, assinalou.
O deputado ressaltou que 74,50% dos enfermeiros no Ceará trabalham em sistemas de cooperativas, sem direito a décimo terceiro salário, férias remuneradas ou faltas com apresentação do atestado médico. “Estamos falando de uma categoria que já tem os direitos defasados e condições de trabalho ruins. Não podemos piorar ainda mais a situação desses profissionais”, observou.
Capitão Wagner salientou ainda que os médicos estão fazendo uma campanha reivindicando o pagamento dos salários atrasados em até três meses. “Enquanto os salários dos médicos estão atrasados, a Prefeitura de Fortaleza vai pagar de cachê, para apenas um dos artistas cantar durante a festa do final de ano, mais de R$ 880 mil”, criticou.
Para o parlamentar, é preciso debater melhorias para a saúde. “Não podemos deixar que os profissionais da saúde sejam vítimas do Governo. A Assembleia precisa se mobilizar em prol da saúde”, disse.
O deputado também apontou que o prefeito de Fortaleza reeleito, Roberto Cláudio, anunciou o corte de vigilantes, de terceirizados e demais profissionais. “Durante a campanha, o prefeito dizia que quem iria realizar cortes eram os outros candidatos. Chegou a falar que não iria ter necessidade de cortes. Só foi ganhar a eleição e o prefeito esqueceu o que prometeu”, apontou.
O parlamentar destacou ainda que a verba que foi destinada para o Governo do Estado, do Ministério da Saúde, ao Hospital de Quixeramobim, foi “desviada”. “Os recursos que deveriam ir para Quixeramobim vieram para Fortaleza para comprar medicamentos”, afirmou.
Em aparte, o deputado Bruno Pedrosa (PP) frisou que é preciso juntar os parlamentares e debater a situação dos enfermeiros no Ceará. A deputada Mirian Sobreira (PDT) ressaltou que vai pedir uma audiência pública na Comissão da Saúde da Casa, para rever a situação dos profissionais que trabalham em cooperativas.
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