Segundo o parlamentar, a Mesa Diretora da Casa tem se rebaixado nos últimos tempos, para atender a interesses do Executivo. “O regimento desta Casa nos impõe que elejamos a Mesa Diretora e o presidente. Mas, na verdade, quem escolhe a Mesa Diretora é o Governo do Estado, o que é uma aberração e excrescência, porque ela não representa o Parlamento”, afirmou.
Ainda na avaliação de Roberto Mesquita, a subserviência do Poder Legislativo fica mais nítida quando é analisada a utilização de verbas do Programa de Cooperação Federativa (PCF), que consiste em emendas que cada parlamentar tem o direito de apresentar para beneficiar os municípios cearenses.
“Se essa Mesa Diretora nos representasse, não precisaríamos nos humilhar nos corredores do Palácio do Governo para que nossas emendas do PCF fossem cumpridas, principalmente os deputados de oposição ao Governo”, salientou. Para Roberto Mesquita, “o Parlamento tem a possibilidade de se reerguer e recuperar a sua altivez, impedindo que alguns deputados atuem como agentes terceirizados do Executivo”.
Em apartes, os deputados Ely Aguiar (PSDC) e Dra. Silvana (PMDB) parabenizaram o pronunciamento de Roberto Mesquita e destacaram que todos os parlamentares da Casa deviam ouvir com atenção sua reflexão.
Já o deputado Moisés Braz (PT) considerou legítima a reflexão estimulada por Roberto Mesquita, mas também cobrou uma autorreflexão dos próprios deputados sobre o papel de cada um no Legislativo. “Sugiro que os deputados também façam uma avaliação sobre a postura de cada um em relação à Mesa Diretora desta Casa, pois, no meu caso, ela me representa e encontro apoio quando necessito”, pontuou o petista.
RG/AT