O deputado estadual George Valentim (PCdoB) lamentou, ontem, em discurso na Assembleia Legislativa, os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho apontando que, nos últimos 12 meses, houve redução de 465 mil postos de trabalho na construção civil. "São mais de 465 mil famílias que perderam sua renda por conta da diminuição da atividade econômica", diz.
A queda, segundo o parlamentar, se deve ao momento de instabilidade política vivido no País. "Há uma completa falta de garantia para o empresariado por conta dos processos de impeachment apresentados contra a presidenta Dilma", alega. Os pedidos de impedimento, para ele, não têm outra função a não ser desestabilizar o governo. "É lógico que o impeachment é uma ferramenta constitucional, mas da forma que está acontecendo em nosso Brasil, não há outro nome que não seja golpe".
O deputado afirmou que, mesmo sendo advogado e integrante da OAB, discorda do pedido de afastamento da Ordem dos Advogados do Brasil.
Valentim criticou o programa do PMDB chamado "Uma ponte para o Futuro", que, entre outras medidas, propõe mudanças nas leis trabalhistas. "Não tenho nada contra outro partido apresentar programa e tentar o comando na eleição. Mas não é assim que está acontecendo", opina.
Desgoverno
A deputada Silvana Oliveira (PMDB), do partido de Michel Temer, lembrou que o PT já teria apresentado, no passado, pedidos de impeachment contra ex-presidentes. "Mas quando não é do PT, é golpe e atrapalha a economia", criticou. Silvana ressaltou que o rito de impeachment foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "O golpe foi o que fez esse partido com a população brasileira através do seu desgoverno", completou.
Valentim rebateu e disse que um erro não justificaria o outro. O petista Moisés Braz apontou que "nenhum governo" conseguiu desenvolver o país como o PT proporcionou. Renato Roseno (PSOL) apontou que a chapa Dilma e Temer está ameaçada. "Com os novos casos de delações, como da Andrade Gutierrez, a situação tende a se tornar cada vez mais delicada", disse.