“Fiquei chocado ao saber desses dados. Metade dos recém-formados foi reprovado. De acordo com o Conselho, se a prova fosse prática, o número seria ainda maior. Parte dessa culpa é do Governo Federal, que estimula a instalação de faculdades de Medicina sem acompanhar a sua qualidade de ensino”, opinou o parlamentar.
Para Fernando Hugo, há um exagero no quantitativo de faculdades de Medicina instaladas no País, pois faltam condições mínimas para o ensino necessário à prática da profissão.
“É uma afronta a todos propor a instalação de mais de 80 faculdades de Medicina pelo País. Aí os deputados daqui começaram uma disputa pela instalação dessas faculdades em seus municípios. Mas como, se não terão condição de dar o ensinamento devido? Sem um hospital escola para que esses alunos sejam avaliados? Só aqui para o Ceará foram prometidas cinco, mas nós não temos condições para receber uma sequer”, afirmou o deputado.
Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PMDB) lembrou o quanto o profissional de medicina é exigido e da responsabilidade que compete às faculdades. “Os alunos precisam ser cobrados, pois não podemos formar profissionais a toque de caixa. Defendo aqui o ensino da UniChristus e da Unifor, porque conheço de perto, mas, infelizmente, essa não é a mesma realidade das tantas faculdades particulares”, lamentou.
O deputado Professor Teodoro (PSD) deu razão a Fernando Hugo, por alertar sobre a qualidade de ensino nas faculdades de Medicina brasileiras. Já a deputada Rachel Marques (PT) disse que o País precisa de mais médicos, mas que deve haver uma preocupação maior com a qualidade de ensino desses cursos.
LA/AT