Equilíbrio delicado. Esse é o pêndulo entre situação e oposição na Assembleia Legislativa do Ceará. Nas últimas semanas, tem sido recorrente o acirramento entre governistas e oposicionistas. Apesar de ser minoria, os parlamentares da bancada de oposição tem dado trabalho ao Governo do Estado, principalmente no que se trata das matérias encaminhadas pelo Executivo à Casa. Por exemplo, na última quinta-feira (22), na tentativa de ganhar pelo “cansaço” e esvaziar o plenário, a oposição levou a exaustão a discussão acerca do empréstimo de U$$ 123 milhões ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) para a Saúde. A sessão plenário durou cerca de 14 horas. No entanto, a base aliada manteve-se firme. Com um quórum de 43 deputados, quanto, muitas vezes, às votações ocorrem em média com 35 parlamentares, o Governo saiu vitorioso com 29 votos favoráveis. Cinco deputados de oposição e situação foram contrários, contando ainda com as abstenções da bancada do PMDB e PSB. “As últimas votações demonstram que estamos muito articulados. A oposição, na Assembleia Legislativa, tem se qualificado e muito”, diz o deputado de oposição Danniel Oliveira (PMDB), acrescentando que “antes, era apenas o deputado Heitor Férrer. Hoje, são vários”. Conforme o peemedebista, a oposição tem se “articulado” sobre as matérias que consideram necessitar de reajustes. “Vamos discutir exaustivamente, lutar para que a gente possa ser ouvido. Na última quinta, a oposição mostrou muita força. Foi a sessão mais longa do ano, e, talvez, a mais longa da história desta Casa”, pontuou. Urgência Por outro lado, segundo os oposicionistas, o Governo e sua base têm se munido de estratégias para evitar embates e discussões acerca das proposições. Nesta legislatura, várias mensagens polêmicas, com relação ao ajuste fiscal, têm chegado a Assembleia, onde se tem pedido a tramitação de urgência. Os deputados Audic Mota (PMDB), Carlos Matos (PSDB), Leonardo Araújo (PMDB), Heitor Férrer (PSB), Capitão Wagner (PR), Doutora Silvana (PMDB), João Jaime (DEM), Roberto Mesquita (PV) entre outros, tem ido frequentemente à tribuna, reclamar dos recursos, que, segundo eles, não permite que possam se debruçar sobre o que diz o Executivo e o que faz que “votem, sem saber o que estão votando”. Tendo em vista as reclamações, na última votação, o presidente da Casa, José Albuquerque (Pros), enfatizou no plenário, que a Casa tem feito seu papel e dando oportunidade de os pares discutirem as matérias, em um tempo hábil. “Antes se tinha matéria que chegava na terça e na quinta já era votada. Essa Presidência tem feito um esforço muito grande com os senhores líderes, as mensagens estão passando cerca de 10 dias para serem votadas. Mesmo as matérias de urgência”, defendeu. Quando chega à Casa mensagens importantes, ou fatos em que a oposição tem usado para criticar o Governo, tem sido recorrente nos corredores da Assembleia, reuniões entre o líder, Evandro Leitão (PDT), com os vices Júlio César (PTN) e Leonardo Pinheiro (PSD). Os três têm se articulado na defesa do Governo com discurso unificado. Voz “É normal e natural quando você tem a oposição em maior quantidade, as forças, de certa forma, se equilibram. Isso é bom para a democracia, para a sociedade, porque assim, ela tem a voz dos dois lados para fazer o seu devido juízo. Isso nos força cada vez mais a estar sempre abertos, dialogando e buscando um consenso”, pontua o deputado Evandro Leitão.