O parlamentar lembrou que, no último dia 24 de novembro, a Assembleia Legislatva aprovou lei, de iniciativa do Executivo, determinando que os recursos do FIT não utilizados até o final do exercício fossem devolvidos ao tesouro do Estado. Com isso, cerca de R$ 90 milhões deixaram de ser aplicados em inovação tecnológica ao final do Governo passado.
Carlos Matos assinalou que esteve reunido na quarta-feira (08/04) com o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Inácio Arruda, para tratar de medidas que possam gerar o desenvolvimento da área tecnológica do Ceará. O parlamentar destacou que uma das grandes causas da desigualdade social no Estado é a falta de preparação dos jovens. “Não se veem sindicatos de trabalhadores defendendo a bandeira da educação de qualidade”, frisou.
De acordo com o deputado, é preciso ter também uma Casa Legislativa menos rendida ao Poder Executivo. “Não é admissível o que aconteceu com o FIT. Ao apagar das luzes do Governo, o governador esvaziou o cofre do fundo, tirando a condição de serem desenvolvidos projetos na área de inovação tecnológica”, acentuou.
Carlos Matos defendeu a revisão da lei complementar 145, aprovada em 24 de novembro do ano passado, que permitiu a retirada de dinheiro do fundo. “Não tem sentido retirar o dinheiro do FIT por incapacidade administrativa do próprio Governo”, afirmou.
O parlamentar considerou que os trabalhadores do Ceará têm o pior salário médio e, sem inovação, continuarão na mesma condição. A Frente Parlamentar, segundo ele, deve ser formada pelos deputados favoráveis à modernização da economia. “Nosso modelo de desenvolvimento está errado, deixando os pobres sem mobilidade. Precisamos estar alinhados com o que é importante em termos de desenvolvimento de tecnologias e inovação. Quando tiramos R$ 90 milhões do Fundo de Inovação Tecnológica estamos fazendo o contrário disso”, acrescentou.
Em aparte, deputado Roberto Mesquita (PV) disse que o Ceará é um celeiro de talentos, aprovando a maior quantidade de jovens, entre todos os estados, em concursos nacionais, como o do ITA. “Há muita inteligência no cearense. Mas somos pobres e não temos condições para o desenvolvimento de nossa capacidade”, observou.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) observou que está sendo estudada uma Secretaria de Ciência e Tecnologia, para aproveitar “as mentes brilhantes” do Ceará, inclusive revendo a legislação aprovada no ano passado. “Todo recurso do FIT deve ser utilizado. É preciso agregar valor através da tecnologia e nos tornar competitivos, e não continuar apenas exportando commodities”, pontuou.
Os deputados Danniel Oliveira (PMDB) e Professor Teodoro (PSD) também apoiaram a iniciativa de criação da Frente Parlamentar sugerida por Carlos Matos.
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