Entre os presentes, o coordenador-executivo da Coordenadoria de Políticas da Igualdade Racial (Coppir) da Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos (SCDH), Armando Leão. Segundo ele, as consequências do racismo retornam para a sociedade em forma de medo. O Mapa da Violência do Brasil mostra dados cruéis, que confirmam que as periferias e os negros são os mais atingidos. Ele ressaltou a importância da educação para ajudar a reverter esse processo. Segundo ele, quando se conhece melhor a história dos negros que fizeram o País, gera-se o orgulho e identidade nessa população e isso fortalece o povo, dando-lhe sentido e expectativa. Para Armando Leão, as cotas nas universidades são fundamentais, pois é nas universidades que se forma uma sociedade formadora de opinião.
O representante do Partido dos Trabalhadores, Raimundo Silva, ressaltou que os negros são "invisíveis" na sociedade, na economia e na política. Segundo ele, praticamente não há representantes negros no Poder Público e, apesar de terem uma baixa representatividade, eles são a maioria da população.
A representante da Comunidade Quilombola de Nazaré-Itapipoca, Aurila Maria, explicou que as lideranças de quilombos têm dificuldade de se reunir mais, porque não têm autonomia e apoio. Segundo ela, das 74 comunidades do Estado, é provável não haver diálogo direto nem com 10% delas. Ela cobrou mais acesso a políticas públicas e destacou que é preciso conhecer mais as comunidades para desenvolver melhor essas políticas.
A representante da comunidade dos Caetanos em Caucaia, Isabel Cristina, falou de outras dificuldades enfrentadas. Segundo a líder comunitária, nos dias de hoje, é muito difícil trazer o jovem para os costumes e passar os conhecimentos sobre a cultura negra. Um dos obstáculos apontados por ela é a falta de segurança na comunidade, que impede que as pessoas se reúnam com frequência para difundir as práticas culturais.
JM/JU