A atuação da Polícia Militar durante a votação de 5 de outubro foi motivo de crítica dos vereadores Capitão Wagner (PR) e John Monteiro (PTdoB), aliados de Eunício Oliveira (PMDB) e Camilo Santana (PT), respectivamente. Os dois acusaram setores da PM de, no dia do pleito, agir em benefício tanto do petista quanto do peemedebista.
Em discurso ontem na Câmara Municipal, repetindo declarações que fez ao O POVO na segunda, Wagner afirmou que policiais militares em Fortaleza e na região metropolitana receberam ordens do governo para ficar estacionados durante o domingo, o que teria prejudicado a repressão a crimes eleitorais.
“Quem atuou para evitar que houvesse uma eleição limpa foi o governador, quando obrigou a polícia a se fixar em pontos sem poder se deslocar”, disse Wagner. Na noite de domingo, o governador Cid Gomes (Pros) acusou o vereador e deputado estadual eleito de comandar uma “milícia” na PM que teria, por razão política, detido militantes pró-Camilo no dia da eleição.
“Se há qualquer suspeita, que se peça intervenção federal para que a gente tenha o segundo turno mais limpo da história do Ceará. Que ele aponte quem são os integrantes dessa milícia”, respondeu Wagner ontem.
Tapa nos peitos
Em contrapartida, John Monteiro disse ter sido coagido no dia da votação e ter levado “um tapa nos peitos” de um policial militar supostamente a serviço de Eunício. “Eu não tive condições de trabalhar no Mucuripe (bairro de Fortaleza onde o vereador atua). Vim aqui pedir ao governador que tome providências em cima das viaturas que estavam no Mucuripe”, afirmou.
Segundo o vereador, que era candidato a deputado estadual (não se elegeu), ele portava bandeira de Camilo Santana quando foi abordado por cinco viaturas que pediram para ele sair do local.
“Toda a equipe estava trabalhando com o Eunício, coagindo a gente. Espero que dia 26 (quando haverá o segundo turno) a Polícia Federal e o Ministério Público investiguem essas viaturas que estão fazendo trabalho para a política”, disse Monteiro.
Ciro
O secretário estadual da Saúde, Ciro Gomes (Pros), também acusou Wagner de orientar policiais para que prendessem eleitores de Camilo Santana.
Em seu perfil no Facebook, o irmão do governador compartilhou vídeo que mostra a abordagem policial a uma advogada no domingo e pede que as pessoas enviem os nomes de policiais que não tenham agido de acordo com as regras.
“Polícia mancomunada com milícia e narcotráfico não é polícia, é bandido! Mandem nomes por inbox! Não vai ficar nenhum!”, escreveu Ciro. (com informações do portal O POVO Online)