A criatividade e ousadia afloram na hora de fazer propostas. O discurso, por vezes, beira a um “conto de fadas”. Por isso, a 10 dias da eleição, O POVO selecionou alguns dos compromissos de campanha dos candidatos ao governo do Ceará e pediu que eles pusessem na ponta do lápis o custo estimado de cada um.
Na medida do possível, foram priorizadas promessas com algum grau de quantificação ou com metas pré-estabelecidas. Termos como “erradicar” e “universalizar” também entraram nos critérios de escolha do O POVO. Os candidatos tiveram cerca de 48 horas para responder aos questionamentos enviados por e-mail. Em alguns casos, a reportagem fez uma pequena contextualização, com informações sobre o que já foi feito na área e outros dados.
Camilo Santana (PT), Eunício Oliveira (PMDB) e Eliane Novais (PSB) conseguiram calcular um valor médio para suas propostas, embora nem sempre tenham explicado de que forma chegaram aos números. Na hora de informar a origem dos recursos, houve situações em que eles optaram pela genérica fonte do “Tesouro Estadual”, sem detalhar de que parte do já apertado orçamento do Estado a verba será retirada, caso sejam eleitos.
As propagandas na TV e no rádio nem sempre dizem, mas alguns dos compromissos só serão cumpridos caso haja dinheiro do Governo Federal envolvido. Não se trata, necessariamente, de um empecilho, mas de uma condição externa, que independe da vontade do governador. Dinheiro que poderá vir dos royalties do pré-sal e verbas que serão aportadas a partir do aumento do investimento federal em educação também entraram na conta.
Procurada pelo O POVO, a campanha do candidato Ailton Lopes (Psol) reforçou suas propostas, mas não demonstrou de que forma pretende viabilizá-las financeiramente.