Tem candidato ao Parlamento que está denunciando, hoje, uma verdadeira extorsão, no Estado, com a venda de votos. Os chamados cabos eleitorais estão querendo antecipar os pagamentos das parcelas negociadas e ameaçam revender os votos. Tem candidato ameaçando desistir, apesar do gasto já feito em alguns colégios eleitorais.
O preço do voto para deputado estadual, o considerado mais difícil já está sendo vendido a R$ 100, depois que algum comprador não tenha honrado o compromisso de pagamento da segunda parcela do acordado. E o pior, dizem os candidatos, nem sequer eles podem denunciar as extorsões à Justiça Eleitoral.
O custo da eleição é motivo de protestos desde antes do início da campanha. Na Assembleia, já foram várias as manifestações de deputados reclamando do mercado.
"Por que isso está assim? Sabemos nós que empresa não se elege, não se candidata, mas interfere no pleito de forma progressiva", disse Lula Morais (PCdoB), lembrando que a intervenção das empresas financiadoras é evidenciada nas Casas legislativas, principalmente na Câmara Federal. Lá, conforme informou, pelo menos 247 parlamentares são empresários.
"Isso está chegando a uma situação insuportável. Esse elemento importante da política determina muitos dos casos de corrupção que estamos vendo cotidianamente em nosso País. A origem de muitos dos casos de corrupção está vinculada a esse formato de financiamento de campanha que o Brasil, hoje, exercita", atacou.
Morais informou ainda que as candidaturas das causas coletivas, de segmentos, como reforma agrária e reforma urbana, além da democratização da mídia, ficam "sufocadas" porque o que predomina são as candidaturas "que ninguém sabe de onde saiu".