O parlamentar citou o caso da voluntária Vanda Lúcia Sales, que foi selecionada para prestar serviços durante o evento no setor de alimentação da Arena Castelão, mas, ao receber a credencial, constava como funcionária da empresa Aramark/CSM.
“A Aramark e a Convivas Brasil foram nomeadas como concessionárias de comidas e bebidas da Fifa durante a Copa, sendo que a primeira é uma multinacional sabidamente burladora das leis trabalhistas em vários países do mundo, sendo alvo de uma série de escândalos por causas trabalhistas e éticas”, denunciou Fernando Hugo.
Para o deputado, ações com essa ferem frontalmente a legislação trabalhista sobre o voluntariado. “Isto é uma vergonha, pois fere os brios de qualquer legislação vigente no Brasil, porque se uma pessoa se credenciou para ser voluntária e recebe a credencial de uma empresa multinacional, no mínimo, alguém receberá o dinheiro por essa pessoa”, salientou o parlamentar.
Fernando Hugo destacou ainda a decisão do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT/RJ), que entrou com ação civil pública pedindo que todos os selecionados para o programa de trabalho voluntário da Copa do Mundo sejam contratados com carteira de trabalho assinada.
“A verdade é que milhares de brasileiros estão sendo usados pela boa-fé, enquanto que essas empresas se utilizam da mão de obra voluntária de graça para ferir nossas legislações trabalhistas. O que se está fazendo com o voluntariado brasileiro é assustador”, pontuou o deputado.
Em aparte, o deputado João Batista (Pros) cobrou a apuração do fato. Segundo ele, “em um momento que se valoriza tanto o terceiro setor, que se estimula o trabalho voluntário, essa denúncia vem despertar todas essas situações que precisam ficar dentro da legalidade. As possíveis distorções devem ser apuradas com profundidade”.
RG/CG