Segundo divulgou a Procuradoria da República no Ceará, desde domingo, o Ministério Público Federal já identificou e coletou dezenas de comentários com insultos a nordestinos nos portais de notícias que veicularam o acidente na BR-020, e ainda deve apurar a conduta de outras dezenas de usuários. O órgão deve pedir a quebra do sigilo telemático dos usuários suspeitos para identificar o IP dos computadores de onde foram publicados os comentários discriminatórios. O caso poderá ser enquadrado como crime de racismo, que prevê pena de dois a cinco anos de prisão, conforme explicou Hugo.
Para o deputado, os acusados não poderiam fazer tais gracejos diante da morte de pessoas. “A imprensa até agora só fez noticiar esses atos de racismo, mas até agora não tomou uma posição veementemente contrária a esse ultraje”, lamentou.
Hugo destacou que “um meliante chegou a afirmar que as mortes foram boas, porque seriam menos cearenses poluindo o Rio Grande do Sul”. O deputado elogiou a atitude do Ministério Público, que deve agir e coibir, na forma da lei, as declarações discriminatórias identificadas pelas redes sociais, afirmou. “Não é só pelos 18 cearenses que deixaram de viver, mas por todos os cearenses que foram ultrajados com declarações dessa natureza”, pontuou.
O deputado Thiago Campelo (SDD), em aparte, disse que recebeu com tristeza os atos de discriminação e racismo contra os cearenses. “Um crime que é previsto na Constituição Federal, imprescritível e inafiançável. A prática do racismo deveria entrar no rol dos crimes hediondos”, avaliou.
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